7.10.09

Na escola

Avisaram-me ontem: ia ter uma nova aluna na turma de Alemão, 11º ano Regular. Acabadinha de chegar da Guiné, andou entre as 3 línguas que a escola oferece: Inglês, não, que na Guiné só deu um ano e é nível 6; Francês, também não, que não sei se chegou a dar alguma coisa e também é nível 6; resta Alemão, que vai no nível 2...
A Directora da Turma foi-me dizendo tudo quanto sabia sobre a aluna: nunca deu Alemão, a sua língua materna é Balanta, fala um pouco de Crioulo, mal Português, vem para Portugal e o Ministério da Educação, com a tal famosa hospitalidade para os imigrantes, decide atribuir-lhe uma equivalência ao 10º ano!
Vai portanto juntar-se aos meninos portugueses que se iniciaram no nosso sistema educativo na Pré-Primária. Fantástica inclusão!
Foi premiada? Parece-me mais que a pobre rapariga está a ser vacinada: contra a língua alemã, jawohl!, mas também contra tudo o que oferece a escola ao nível do Secundário. Pois é evidente para todos na escola que esta inclusão forçada a meio de um ciclo educativo que ela nem sequer pode entender é disparate total.
"Que posso fazer?" pergunto à minha colega DT. "Escreves isso tudo na acta da próxima Reunião da Turma".
Sim, mas em que é isso ajuda a pobre aluna?

(Enfim, vou à Direcção da escola e pergunto se posso começar imediatamente a usar uma das horas não lectivas que tenho que prestar na escola para tentar dar-lhe uma ajudita. Ciente de que não passará disso, uma ajudita, e que a aluna, no geral, está tramada!)

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