Recordo a minha antiga colega S., rapariga alegre e vivaça, que animava a sala de professores lá da escola.
Casou tarde e, em grande parte, com o intuito de ter um filho. Quando ele nasceu, fui vê-la e à sua grande alegria, à maternidade. O casamento pouco durou, mas a S. estava feliz, sozinha com o seu filho adorado, embora o pai rapidamente se desinteressasse do rapaz.
Foi por alturas de um carnaval que ela sentiu os primeiros sintomas do que se revelaria um cancro no pâncreas. Viveu um ano, sempre com a preocupação de a quem deixaria o filho, então com 10 anos. Tentou que fosse com a avó materna, mas ela já era idosa e tinha cargo o avô numa cadeira de rodas... Nos últimos dias, o rapaz passou a viver com a família de um colega da escola.
Quando finalmente ela partiu, o pai indiferente veio buscar o filho e começar tudo de novo. Tinha que ser assim.
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