28.7.07

Hospital de S. João

Nada a dizer sobre os cuidados médicos antes, durante e após o parto.
Agora quanto às condições, já é outra história. A nossa neta nasceu às 8h40 e mãe e filha ficaram na box de partos a recuperar até perto das onze e tal, quando nos disseram que iria ser transferida para o piso de Obstetrícia. Claro que entre dizê-lo e fazê-lo passou bem mais que uma hora. Finalmente lá vêm a empurrar a cama com a puérpera (a minha filha) e a recém-nascida, a caminho do piso. Chegados lá, participam que vai ter que ficar no corredor, porque não há lugar nos quartos. No corredor? Perguntamos incrédulos. E foi lá mesmo que ficou ela, mais duas outras recém-mães, com os bebés junto delas. Numa maca estreita, num corredor cheio de correntes de ar, com gente a passar a toda a hora, a falar e a acender as luzes. Evidente que foi impossível dormir. Só no dia seguinte pelas 15 horas, quando o chefe de serviço declarou impossível que elas ali continuassem é que todas as mães passaram para quartos.
Afinal, no Ministério da Saúde é como no da Educação: é só inaugurações e discursos e areia para os olhos do pessoal. As condições continuam a ser deploráveis.
Só me interrogo quantas camas estão no Hospital de S. João atribuídas a abortantes voluntárias...

12 comentários:

Alecrim disse...

sem comentários...

Portucale disse...

É a nossa realidade!

Hadassah disse...

que vergonha!

a mãe dos miúdos disse...

antes de mais, parabéns pelo nascimento de mais uma luz nessa família :) que a vida lhe rewserve tudo de bom.

e é realmente deplorável que tenham de ter mães e, acima de tudo, bebés (!!) num corredor de um hospital. é inacreditável que uma estrutura hospitalar não seja suficientemente f´lexível para resolver sozinha aquilo que foi necessário o chefe de serviço declarar impossível. ele inventou espaço ou ele já existia e ninguém quis fazer nada por isso?

Seja como for, é demasiado triste saber que isso se passa.e hoje sinto-me particularmente sensível porque foi o 3º caso de que tomei conhecimento.

o que não me parece é que existam camas ocupadas por abortantes voluntárias. elas só precisam de 10 minutos de repouso e podem ir para casa.

Carla - Vida a 5 disse...

Que vergonha.

Mu disse...

Mas tenham muitos filhos, que o país precisa, dizem eles...

Ana Oliveira disse...

não se pode culpar as senhoras que fazem abortos voluntários pela falta de camas. Isso não está certo. São pessoas como as outras.

Se os hospitais nao tem condições, não as têm para ninguém.

(e eu votei sim à despenalização...)

Anónimo disse...

Muitos parabéns pelo nascimento da neta! que grande ela é:))

Quanto ao Hospital não ter camas disponíveis, não é novidade para mim, pois não deve haver dia nenhum que isso não aconteça. Tenho várias amigas que lá tiveram os filhos e a 1ª noite foi passada no corredor!

O nosso país é assim, encerram-se maternidades, cortam-se verbas em nome da poupança e segurança...factos a meu ver muito discutíveis.

Quanto ao aborto e contrariando um comentário...claro que algumas irão ocupar camas, nem sempre é fácil a expulsão.... enfim...ricas decisões!

Avozinha disse...

Para quem não gostou da minha comparação entre quartos de puérperas e de abortantes: todos os que me lêem sabem como eu sou contra o aborto, pese embora a minha compreensão para tantas que a isso se vêem obrigadas.
Penso no entanto que nós como país precisamos de estabelecer a que é que damos prioridade: se às crianças que queremos que nasçam, se àquelas de que nos vamos livrando.

Rakel disse...

Tive os meus três filhos no H.S.J. e nunca vi uma situação dessas (acho que se calhar tive sorte).

Tenho sim e muitas razões de queixa das (ou quase todas) enfermeiras. Vejo muito o Prof.Nuno Montenegro a apregoar a ajuda às mães na amamentação e na prática, eu que precisei tanto dela, nada. Muito pelo contrário, nem parecem que são mulheres, mães e acima de tudo profissionais.

Desculpe o desabafo.

Muitos parabéns pela sua netinha que vai ser uma Leoa toda giraça!!

Bjs
Rakel

Anónimo disse...

Mas de onde vem essa certeza que as parturientes ficaram no corredor porque as camas estavam ocupadas com as outras senhoras?

Alecrim disse...

Não posso deixar de concordar com a Ana Oliveira. E com a questão da despenalização, eu estive indecisa até ao fim. Tão indecisa que no final votei em branco. Mas na verdade chateia-me que se considere sem mais que quem votou a favor da descriminalização seja a favor do crime, ou seja, um criminoso...