Não gosto de falar deste tema, que me consumiu vários posts em Fevereiro. Como na altura eu receava, o aborto foi liberalizado em Portugal a partir de hoje. E a custo zero. Ou melhor: pagamos todos, mesmo aqueles que são visceralmente contra, como eu. As crianças por nascer podem agora ser mortas livremente até às 10 semanas, dependendo da vontade da sua mãe.
Por muito que me custe, provavelmente o custo zero até é um bem, já que poderá estragar o negócio de quem quer viver à custa da morte alheia, em clínicas privadas.
4 comentários:
o mais chocante nem é isso, é que quem escolhe abortar, tem as mesmas regalias por lei do que quem tem um aborto espontâneo:
14-31 dias de baixa e com 100% remuneração paga, ou seja, mais do que a trabalhar no activo.
E o que dizer da ponderação do fim da isenção das taxas moderadoras para grávidas e crianças maiores de 12 anos num país com estas taxas de natalidade?! Mas tenham filhos, muitos filhos, que o país precisa, dizem eles...
Percebo a sua posição contra o aborto e, creio, pela sua persistência, que não é sensível aos argumentos de sinal contrário. Nós temos que analisar pelos dois lados e insurgirmo-nos com uma sociedade que tão maltrata as mulheres. E aí é que está a chave do problema que conduz a que se façam mais de 20.000 abortos/ano.
As mulheres que são empurradas para abortar são geralmente mulheres privadas de muita coisa essencial ao seu amadurecimento enquanto cidadãs. Um machismo exacerbado que leva os progenitores a não aceitarem uma gravidez indesejada; as empresas que só querem lucro e discriminam, ainda que de forma dissimulada, as mulheres grávidas; os homens que não são chamados à pedra (sim porque um filho não se faz sozinha), etc, etc, etc. É contra isso que temos que lutar.
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