De vez em quando sou surpreendida por alguns posts em blogs sobre a fé, normalmente a dificuldade que algumas pessoas confessam em ter fé. Muitos pensam que a fé é um dom que Deus dá a uns e não a outros. Que injustiça!
No entanto, na vida diária, quanta dose de fé precisamos exercer e exercemos, do modo mais natural.
Por exemplo, na estrada. Precisamos de ter fé, primeiro, na nossa capacidade de conduzir aquela máquina e de saber vencer as surpresas que possam surgir. Precisamos de ter fé que a estrada nos leva realmente onde diz, que aquele troço vai mesmo para o Algarve e não para o Porto. Precisamos de ter fé nos outros condutores: que quem vai a ultrapassar vai entrar à nossa frente na sua vez. Que quem vai a entrar na nossa faixa vai esperar que passemos.
Precisamos de ter fé no nosso veículo: que os travões funcionarão quando for necessário, que as rodas não vão soltar-se, etc.
Devo confessar que esta é uma área em que a minha fé é muito pequena. Apesar de tudo, continuo a viajar, embora não conduza.
Penso que a fé em Deus é uma questão da nossa vontade: é dizer 'sim, eu quero' a um Deus que me convenceu primeiro através da Criação e, principalmente, vindo ao meu mundo em forma humana, para viver comigo e morrer por mim.
Quero ter a fé como a da criança que se lança num buraco escuro sem ver a mãe, só porque ouviu a sua voz dizer: "Atira-te, que eu seguro-te!"
3 comentários:
Avozinha...quanta alegria qdo vc posta no meu blog....vi que falou de Deus no blog da Rê, fiquei feliz...e li seu post sobre Fé...a Biblia nos ensina que Fé é dom de Deus...não nascemos com fé...mas a medida que nos submetemos a obediencia e ao controle de Deus, passamos a pedir por Fé e Deus despeja dela sobre nós. A medida que abri mão do controle da situação com o Seba recebi mais e mais Fé. Um grande beijo. Deus a abençoe!!!
Maravilhoso, avozinha, maravilhoso este texto!
Beijo enorme para si.
Para mim, que não religiosa, não deixa de ser deslumbrante a fé humana em todas as suas expressões. É, sem dúvida, um sentimento misterioso e arrebatador e que renasce em tantas alturas da vida. Sem conseguir entender a fé como espressão de uma crença num deus (pela simples razão de não a sentir), consigo compreender o que diz. A fé no amor, a fé que nos leva a ter esperança, a esperar milagres é a base da nossa humanidade. Quando perdemos a capacidade de ter fé (ou fés), ficamos despojados dessa humanidade.
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