Há tempos, a minha neta mais velha, três anos, teve que imprevistamente vir almoçar cá em casa. Garantida a sopinha de legumes, o melhor que lhe conseguimos arranjar à pressa foram umas salsichas de lata com batatas fritas de pacote, algo que não lhe é permitido comer com frequência. Adorou!
Agora, sempre que almoça cá, a pergunta é sacramental: "Avó, o almoço é salsichas?"
13 comentários:
:)))
Já sabe ... agora não a pode desiludir! Os avós servem para isso mesmo.
Mime-as bastante...o mimo nunca fez mal a ninguém...
Quem me dera que as minhas filhas ainda tivessem Avozinha...:)
Uma vez de quando em quando até é saudável..há que lhe fazer a vontade..
bjnho
Foi hoje o jantar dela, com arroz!
A pedido...
E que bem que sabe.
A minha mãe fez batatas fritas de proposito para a Patrícia. Só avós mesmo.
Quando eu ia a casa da minha avó pedia sempre batatas fritas com ovo estrelado... Nem sempre via os meus pedidos atendidos, mas pronto...
Beijos
são as delícias dos miúdos.
Esses olhos verdes... são a esperança de todos os netos.
Ainda que a despropósito da postagem inicial, cito um poema, que julgo vir a compreender:
"OS AMIGOS
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção de ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o furtuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor"
in "A noite abre os meus olhos", de José Tolentino Mendonça
Há lá coisa melhor?L OL
Caro anónimo: por belas que sejam as palavras que usa, convido-o, como sempre, a identificar-se.
Cara Avozinha
Desculpe-me. Identifico-me como netinho fiel. Se calhar, escrevo sem que as palavras se juntem para fazer sentido. A visão é um paladar estranho. Evoca paisagens sentimentais que rasuram inesperadamente o subconsciente. Sinto isto muitas vezes. Passo nas telas e não vejo nada, ou antes, olhando tudo, vejo o que toda a gente vê. Estas ruas são feitas por casas de gente, que percorrem estranhamente a minha infância num bairro distante. As sopinhas da avó, as salsichas são aquelas de que me lembro e que são minhas. E essas memórias nossas são laços de amizade que nos atam ao mundo. A impressão é de alegria e encanto de um reflexo cúmplice. Obrigado, pelo seu blogue. Desculpe, se me excedi.
Obrigada, netinho. É sempre bem-vindo a casa da Avozinha.
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