Pedi aos meus alunos de Alemão que fizessem uma colagem sobre o tema Vestuário. A ideia era recortarem peças de vestuário de revistas, montarem-nas sobre alguns personagens e fazerem a respectiva legendagem em Alemão. Nada de mais simples. Pensava eu.
No dia da entrega do trabalho, o A. não o trazia. Então? "Pensava que a minha tia tinha revistas, mas não tinha." Os pais vivem em Angola, ele vive cá com essa tia.
De facto, apesar de mais de 37 anos 'disto', não me tinha ocorrido que alguém tivesse dificuldade em arranjar revistas velhas. Não se trata propriamente de uma questão de pobreza, já que o rapaz tem um telemóvel melhor que o meu. É mesmo fraqueza social, que põe em causa muitas outras componentes da formação deste rapaz.
Claro que já pus de lado umas tantas revistas para dar ao A. E já aprendi mais qualquer coisa.
4 comentários:
Aconteceu-me a mesma coisa... Pedi para irem levando revistas para fazermos um trabalho conjunto, mas mais de metade não tinha revistas em casa...
(quanto às aulas de alemão, eu tive, adorei e tenho muitas saudades de estudar a língua alemã, relembrou-me os meus tempos do secundário, que afinal nem foram assim há tanto tempo, lol)
Ah! Vozinha,
Ocorreu-me por um momento, não ser questão social. Claro não tenho direito de “julgar”, estou distante. Mas acho que a “malandragem” dos alunos brasileiros (muitíssimos – um grande número) talvez tenha atravessado o Atlântico.
A senhora é uma pérola encontrada nessa vida tão corrida e ingrata.
Também estou ganhando a capacidade de ‘olhar’ com mais atenção para a vida. Seu blogue (permita-me o termo aportuguesado - blogue) é um achado!
É vozinha, parafraseando George Bernard Shaw; a juventude é maravilhosa, que pena que Deus entregou-a justo aos jovens...
Um beijinho no coração da família,
Mauricio ./.
Realmente há coisas que nos surpreendem mesmo.. E se tem um telemóvel bom será assim tão complicado ter alguma revista..?!
um bjnho.
Olha que isso não é assim tão estranho. Nós cá em casa raramente compramos revistas, e, as que se compram, duvido que dessem para fazer recortes de roupa. Não compramos revistas cor-de-rosa, nem guias de TV; jornais, só de longe a longe o Expresso. Só se fosse mesmo o catálogo da LaRedoute.
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