31.10.07

Halloween em Nova Iorque


Escrevi esta história para um concurso a decorrer na escola sobre o Halloween. Por favor, não digam nada ao meu cunhado T.!

HALLOWEEN EM NOVA IORQUE


Final de Outubro em Nova Iorque: as folhas amarelas e douradas que acentuam o castanho do ambiente da cidade, que enchem a vista nos jardins e atapetam as ruas. Um friozinho que me faz apertar o casaco e entrar naquele confortável barzinho de Donuts em Times Square. Enquanto tomo o chocolate quente e como os irresistíveis Donuts, vou lendo o meu C. S. Lewis: “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. Não é bem o ambiente para se ler C. S. Lewis, eu sei. Mas, à falta dos vetustos muros de Oxford, Manhattan é um bom substituto. Aliás, Manhattan é o ambiente ideal para tudo nesta vida!

Encosto-me à montra e olho o exterior, no violeta do crepúsculo que se esbate, nas feéricas luzes que se acendem e dão à zona a sua (merecida) fama. Passam crianças vestidas de bruxas, de fantasmas, de diabinhos à solta: estou a viver o Halloween em Nova Iorque! Nunca imaginei!

Uma certa modorra apodera-se de mim, no contraste do calor da casa com o frio do vidro. Fico apenas a observar os transeuntes e os letreiros luminosos acrescentados de abóboras e de bruxas.

Saio. Repentinamente, tudo está muito mais frio. Começo até a ver cair uns farrapos que pressagiam neve. Tão cedo? Interrogo-me, pouco habituada a estas latitudes.

Apanho o metro até Central Park, onde fica o hotelzinho onde me hospedo. Ao sair do metro, o espanto: um manto branco caiu sobre a cidade! O parque está praticamente deserto, todos fugiram do frio inesperado e da neve extemporânea. Sento-me num canto ao abrigo da neve, pasmada com o acontecimento. No meu país, tal não seria possível! De repente, tudo me parece mais triste, muito triste. Não há a alegria da neve que sempre vi nos cartões de Natal da minha infância. Algumas pessoas passam por mim a correr, como que fugindo de algum poder maléfico que se tivesse apoderado da cidade.

De repente, ouço vozes: mais gente passa por mim, procurando refúgio de algo que não identifico. “What’s going on?” pergunto. “The White Witch”, parece-me ser a resposta. “Feiticeira branca? Quem é a Feiticeira Branca?” “Nunca leste C. S. Lewis?”, perguntam-me ironicamente.

Faz-se luz no meu espírito! Como é que saltei para as páginas do livro que lia? Ou será apenas um sonho? Já compreendo o frio, a neve, a tristeza: vim cair no triste reino da Feiticeira Branca!

Encolho-me no meu canto e acabo por adormecer de desesperança ou de hipotermia, não sei.

Quando acordo, vejo com surpresa que a neve começou a derreter. É já manhã e há pássaros que saltitam alegres no relvado que surge. Os seus gorjeios enchem-me os ouvidos.

De súbito, um rugido! É isso! O Leão! Aslan também tem que entrar nesta história!

A um grupo de crianças que passam para a escola, pergunto: “Meninos! Que aconteceu? O Leão matou a Feiticeira?”

“Não!”, responde um deles, sorrindo. “Foi a Feiticeira que matou o Leão, mas Aslan voltou! Está vivo! Está vivo!”

Levanto-me e junto-me ao grupo, que canta, ri e salta o tempo todo. Sinto-me criança de novo com eles.

Mas… e Aslan? Onde está o Leão que apenas ouço rugir? Tenho que o ver!

Embrenho-me em Central Park, que ainda não tive oportunidade de conhecer bem. Sigo apenas o som do rugido. É assim que entro numa zona de arbustos mais densos, deixando de ver os contornos dos arranha-céus em volta do parque. Parece-me estar perto, porque o som torna-se mais audível.

Que é isto? Penso de mim para mim, quando os arbustos se tornam mais macios e, a pouco e pouco, se transformam em roupa, em casacos, os meus casacos! Estou dentro do meu próprio roupeiro!

E, de repente, saio no meu quarto, muito longe de Central Park e de Nova Iorque, forçada a regressar à minha rotina do dia-a-dia.

Ná! Não posso nunca contar isto a ninguém. Chamar-me-iam louca.

Estranhamente, num bolso do meu casaco, venho a encontrar uma embalagem vazia de Donuts…

30.10.07

Blackout!

Ontem houve um apagão geral de electricidade na nossa zona, entre as quase oito e quase onze da noite. Lá me levantei do computador subitamente silencioso e negro e fui às apalpadelas à cozinha, em busca de fósforos e velas.
O que se faz sem electricidade? Praticamente nada. Come-se, está bem, mesmo sem micro-ondas para aquecer a comida. Depois, não dá para trabalhar, nem para ler, para ver TV, nem para andar na Net. Fazem-se uns telefonemas e deitamo-nos cedo. Já não dá para viver sem electricidade!

Pérolas da Gravidez da Minha Nora (e do Meu Filho)

"Eles agora fecham a loja, não é verdade?"

Ao que eu devia ter respondido, mas não me lembrei na altura:
"Nãããão! Ainda só vão no 3º filho!"

28.10.07

27.10.07

Mudança de Hora


Hoje temos direito a mais uma hora de sono, de trabalho ou de lazer, conforme o nosso gosto. Muita gente não aprecia a mudança da hora. Eu gosto, especialmente desta, que nos lança directamente no Outono, nas noites mais longas, no "home sweet home" mais cedo. Isto, apesar de sentir saudades do sol...

26.10.07

Para quem

... não gosta de ler
... não consegue largar a Net
... prefere ouvir
... não tem Bíblia em casa

Não perca O Livro do Autor do mundo!

25.10.07

O Coração de Julieta


Lembrei-me há dias desta banda desenhada que acompanhou a minha infância e adolescência, traduzida n'O Primeiro de Janeiro. Adorava as aventuras da sensata Julieta e da sua leviana irmã Eva. Representava a América mítica dos anos 50, com coisas que na altura não existiam em Portugal, como os 'teenagers', as 'cafeterias' que eles frequentavam, etc.
Em Inglês , sei que há à venda, por exemplo na Amazon, edições antigas desta BD. Será que existe alguma em português? Sabem dizer-me? Gostava muito de possuir um exemplarzito.

24.10.07

A Escola e os Telemóveis

Perguntaram-me ontem se a questão dos telemóveis é grave na escola. É tão grave que o novo Estatuto do Aluno afirma peremptoriamente a sua proibição na sala de aula...
Desde roubo de telemóveis na escola, passando pelo toque dos ditos a interromper as aulas, alunos com uma mão dentro da mochila a mandar SMS, até alunos a filmar o Manual com o telemóvel para depois poder copiar num teste, já vi de tudo na escola.
Nos exames, os alunos têm que deixar os objectos cá fora e desligados. Espero que em breve o mesmo possa acontecer nas aulas!

23.10.07

DT

Não sou Prof Titular, porque na escola em que estou nunca me deram Direcção de Turma, apesar de eu o ter pedido.
Este ano, que já não era preciso, deram-me uma!
Uma boa direcção de turma, por sinal, a de um 11º ano, turma que já tinha tido o ano passado e que conserva quase todos os profs do ano anterior, tendo reduzido e 'refinado' os alunos...
Mas, como no bom pano cai a nódoa, já tive uma participação disciplinar: um aluno que foi apanhado a mandar SMS na aula.
Tinha que ser: os telemóveis são a verdadeira praga das escolas!

22.10.07

Tirando o Bairro da Luz Vermelha, claro!

You Belong in Amsterdam

A little old fashioned, a little modern - you're the best of both worlds. And so is Amsterdam.
Whether you want to be a squatter graffiti artist or a great novelist, Amsterdam has all that you want in Europe (in one small city).

21.10.07

Gatos e Política


quem diga que este gato, o Socks, apenas serviu de pretexto para suavizar a imagem da família Clinton ao ocupar a fria Casa Branca e que, no final do conturbado período presidencial, foi despachado para casa da secretária.
Ora isto pode ser um severo contratempo na corrida da sra. Clinton à dita Casa, já que os Americanos, pelo menos aqueles que gostam de gatos, não lhe perdoarão tamanha crueldade e frieza de coração.
Eu, se fosse americana, também já não votava nela.

20.10.07

Da Maria

Na festa de anos do pai e da tia, ao chegar a Rebeca, quase 3 anos, filha de uma amiga dos pais:
Eu: "Olha, Maria, a Rebeca!"
Maria (nitidamente a pensar na prima bebé): "Já cresceu?"

18.10.07

Hoje

no DN. É o Código Deontológico dos Médicos que viola a lei ou a lei que viola o Código Deontológico dos Médicos?

17.10.07

30 anos


30 anos, já?
Foi mesmo há 30 anos que estes dois invadiram a nossa vida, mudando-a para sempre e para melhor! Numa madrugada de chuva, num parto de apenas 2h30 + 15 minutos, enquanto o nosso carro era assaltado em frente à Clínica Cabral Sacadura...
Parabéns, meus filhos! Deus vos abençoe e às vossas próprias famílias!

15.10.07

Lavores


As fraldas que acabei de bordar para o Joaquim

12.10.07

Palmatoadas

Nem sempre vejo o Concurso da RPT, "Você Sabe Mais do que um Miúdo de Dez anos?", mas ontem vi. Para meu espanto, o Jorge Gabriel aceitou como certa a resposta de um concorrente, corroborada pelos miúdos, de que se escreve "azelha" e não "aselha". Fiquei insatisfeita e fui confirmar a vários dicionários. É mesmo "aselha", também quem fez as respostas oficias do concurso. Ou será "azémola"?

11.10.07

Beleza

Durante um intervalo na escola, folheio o catálogo de produtos de beleza da Yves Rocher. Descubro que há produtos para as mulheres na casa dos 20, dos 30, dos 40 e dos 50 anos. A partir daí, nada.
Ora eu, que me aproximo a passos galopantes do final da casa dos 50, brevemente deixarei de ter à minha disposição uma gama de produtos de beleza onde escolher.
Que quererá isto dizer? Que mais nada há a fazer pela beleza das mulheres na casa dos 60, dos 70, dos 80 ou dos 90? Ou, pelo contrário, que a beleza destas idades dispensa cosmética?

9.10.07

A Boneca da Quézia

Quézia, se chama ela, uma menina da nossa igreja, agora pelos 5 anos.
Quando chegou do Brasil com a mãe, pouco mais era que uma bebé de colo. Nessa altura, eu e o meu marido fomos portadores de uma oferta de roupas e brinquedos para as recém-chegadas, vindas do verão brasileiro para o inverno português. Entre os brinquedos que juntámos para a Quézia estava uma boneca que ela adoptou como inseparável e à qual chamou Mariquinha.
No ano passado, quando a Quézia foi com os pais rever a família no Brasil, os serviços fronteiriços desconfiaram da Mariquinha. Uma boneca na mão de uma criança só podia conter droga! E a Mariquinha foi esventrada, para se verificar o vazio do seu conteúdo abdominal.
Ainda assim, a Mariquinha permanece a mais fiel amiga da Quézia!

8.10.07

As Netas


Maior bênção do que ter uma neta em nossa casa, é receber as quatro ao mesmo tempo!
Apesar do aumento em decíbeis...

6.10.07

Encontrei a A. à porta da Escola Básica 2+3 que fica junto à minha. Esperava pelo filho R., nos seus primeiros dias de 5º ano. Estava tensa, a A., preocupada com a adaptação do filho a um novo ambiente, uma escola cheia de 'grandes', muitos professores, uma confusão depois da segurança da escola 'primária'.
Contei-lhe o que eu também sofri, há muitos anos, quando a minha filha mais velha deixou a segurança do sistema casa-carrinha-colégio-carrinha-casa, para entrar nesta mesma escola, fazer sozinha o caminho, ter chave para entrar em casa e ainda, alguns dias, ter que ir buscar os irmãos ao colégio e aguentá-los em casa até nós chegarmos.
Contei à A. que a insegurança era muito mais minha que da minha filha, que se adaptou lindamente às novas responsabilidades.
Eu mantenho na minha mente esse período da minha ansiedade. Tenho a certeza que a minha filha só relembra coisas boas!
Desejo muito que seja o caso da A. e do R.

5.10.07

Dia do Professor


(Protecting the School Children)

Esta pintura, cujo autor desconheço, representa bem o que um bom professor pode ser para os seus alunos.
Os meus alunos não precisam propriamente de ser defendidos por mim do perigo de um cão, já que todos são maiores do que eu! Mas há outros 'perigos' que posso ajudar a ensiná-los a evitar.
Dou graças a Deus pelos alunos com que tenho a oportunidade de trabalhar este ano, uns já meus conhecidos, outros que estou agora a conhecer.

4.10.07

Dia do Animal


Os meus animais, Sericaia e Migas.

3.10.07

Lavores


Este é o fatinho que acabei de fazer para o Joaquim.

2.10.07

Fernanda Câncio

Já aqui há tempos disse que não podia discordar mais dela.
Mas, no passado domingo, descobri que tenho muito em comum com ela!
É que ela não conduz! Pelo menos, é o que diz na sua crónica no DN Magazine. E enfrenta todos os constrangimentos sociais de quem não tem carta.
Na idade dela deve ser bem pior que na minha. Embora também eu me sinta socialmente diminuída por esta tão tremenda falta de capacidade da minha parte. E de gosto. E de interesse.

1.10.07

Outubro


('Október' pintura de Jeles Napok Neumann)

Este é um dos meses de que gosto mais, ou não tivesse dado à luz neste mês...