30.12.06

Cartas de longe

Andei ontem a mexer nuns papéis antigos e descobri esta carta, escrita pela minha mãe à sua cunhada M., pouco depois do meu nascimento. A alegria pela vinda de uma menina era compreensível, depois de 4 (quatro) rapazes...

Guarda, 3 de Fevereiro de 1949
(...) Muito obrigadinha pelos parabéns que nos dá pelo nascimento da nossa menina. Na verdade ficámos radiantes com a sua vinda, pois todos me diziam que ia ter outro rapaz, porém eu tinha pedido ao Senhor que me desse uma menina por isso andava sempre esperançada que era uma menina, porque também sentia alguma diferença dos outros, no período da gravidez.
Esta menina tem sido muito abençoada pelo Senhor em prendas que tem recebido; os outros também recebiam, mas não era nada que se comparasse com esta. Todos me diziam: se for uma menina, dou-lhe isto, outros, dou-lhe aquilo, etc.
De maneira que já tem anel, pulseira de ouro e brincos que são umas argolinhas com uma pérola branca.
Os padrinhos vieram cá de automóvel registar a menina num domingo e à tarde tivemos uma boa reunião com pregação e cânticos de alguns solos pelo irmão Jaime Nipo que é cunhado dos padrinhos. (...) Agora desejam saber como é que se chama a vossa sobrinha, não é verdade?
Chama-se M.(...). É muito engraçadinha e muito esperta, tem os olhos muito lindos e grandes.
(...) O que nos vale aqui é a braseira, se não morríamos gelados mesmo em casa. Por agora, vou-lhe dizer adeus. (...) Desculpe esta ir tão mal escrita pois foi muito à pressa, porque a sua sobrinha está à espera do banho pois já são 11 e meia da noite; ela é muito mansinha, mas também não devemos abusar. (...)
Desta sua mana muito amiga
A.

29.12.06

Tristeza

O ano está de novo a terminar mal com a notícia da pequena Sara espancada pela própria mãe até à morte. Até quando continuaremos a permitir que isto suceda entre nós, sem nos apercebermos? Ou sem fazermos nada?

28.12.06

1ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A VIDA

A Declaração Universal dos Direitos do Homem afirma que "todo o indivíduo tem direito à vida" (artigo 3º). Também a Constituição da República Portuguesa declara que "a vida humana é inviolável" (artigo 24º).
De acordo com a ciência, a vida humana tem início com a fecundação, resultante da união de um espermatozóide masculino com um óvulo feminino. Cada uma das células sexuais transporta metade da informação genética do progenitor, de modo que a célula resultante da fertilização, denominada ovo ou zigoto, recebe toda a informação genética necessária para orientar o desenvolvimento do novo ser humano.
O aborto provocado, independentemente do momento em que é realizado, acarreta sempre a destruição de uma vida humana, a quem é negada a continuação do seu desenvolvimento, impedindo-se o seu nascimento e a expressão do seu potencial como criança e adulto.
Assim, qualquer referendo ou decreto-lei que legitime a morte de um ser humano indefeso, designadamente a despenalização do aborto, sem qulquer indicação médica que o justifique, é um atentado claro contra a vida humana, e viola a própria constituição portuguesa e os direitos fundamentais do ser humano, expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Dr. Jorge Cruz, Médico

27.12.06

Família


(Imagem obscurecida para não ofender ninguém)

Este ano decidi fazer para a noite de Natal esta árvore genealógica da minha família. Ao fazê-la, fui-me tornando cada vez mais consciente do lugar que cada membro nela ocupa, incluindo os 'adquiridos' por casamento. Fui ficando também cada vez mais grata a Deus por cada um deles.
Li por estes dias que no norte há a tradição de colocar na mesa de Natal um prato, talheres, copo e tudo para os ausentes, os que partiram. É uma boa ideia. Não esperando por um eventual fantasmagórico regresso, mas como homenagem aos que nos deram origem e já não estão deste lado da eternidade.
Só que a nossa mesa de Natal já nem dava bem para as 29 pessoas ...

26.12.06

Feto às Dez Semanas


Mexe os braços, salta e a mãe ainda não o sente...

23.12.06

Feliz Natal!

A todos os que passam por aqui, deixo os meus desejos de um Natal abençoado com a Sissel em "O Helga Natt" (Oh Noite Santa). Muito simbolicamente, a Sissel está grávida nesta gravação.

22.12.06

7ª e Última Maravilha

A Universidade de Coimbra

Pela sua antiguidade, pela beleza da sua arquitectura, pela importância na cultura do nosso país.

21.12.06

6ª Maravilha de Portugal

Palácio de Queluz

Belíssimo, este Palácio pertinho aqui de casa.
Muitas coisas me ligam a Queluz: a minha igreja é em Queluz, muitos amigos moram em Queluz, muitos alunos também são de Queluz.
Vale sempre a pena um passeio pelos jardins do Palácio.

20.12.06

5ª Maravilha

Palácio da Pena, Sintra

Lugar de sortilégio, no cimo de uma montanha, contemplando a beleza de Sintra até ao mar. Os meus filhos cedo ganharam o hábito de percorrerem esta zona trepando os rochedos, com os amigos da igreja. Uma vez que cheguei lá antes deles, (tinha ido pela estrada, claro) e vi chegar os gémeos, rochedo atrás de rochedo, tão pequenos que, em certas passagens, tinham que ser levados ao colo pelos mais velhos, o meu coração deu um baque.

19.12.06

4ª Maravilha de Portugal

Casa de Mateus

De todas as que escolhi, é a única que não conheço. Escolhi-a, porque conheço outras casas solarengas do norte do país e porque esta fotografia me convenceu totalmente.

18.12.06

TIME's Person of the Year

Who? Me?
(www.time.com)

17.12.06

Café descafeinado

leite desnatado, Natal descristianizado.


(foto de Michael Shpuntov)

16.12.06

Decorações


A estrela da esperança contra um céu que se torna ameaçador.

Decorações


O ponto de cruz é de minha autoria.

Decorações


Este 'anjinho' ficou um bocado mais despenteado depois de dormir a sesta com a Maria.

Decorações de Natal cá de casa


Azevinho
Não se pode tocar no que existe na Serra de Sintra, mas este é especialmente cultivado em vasos, segundo me explicou o vendedor.

15.12.06

3ª Maravilha


Os Jerónimos
Para mim, a sala de visitas da cidade é esta zona de Belém. Tem tudo: rio, sol, largueza, relva verde, jardim, pastéis e os Jerónimos.
Sítio escolhido para casamentos mais ou menos pretensiosos. Fui uma vez a um casamento aqui. Foi do mais banalizado que se possa imaginar: enquanto um par de noivos estava na entrada, havia outro no altar, outro na mesa das assinaturas e ainda outro na saída. Tipo IC 19 às 19h. A mensagem do padre aos noivos é que foi singular, de tão profunda: pena que só eu e mais uma velhota a estivéssemos a ouvir...

14.12.06

Hoje


sou pequenina...

Na escola

Ontem, numa turma de 10º ano, a propósito da Torre de Londres, começo a contar-lhes a história de Henrique VIII: as lutas por um sucessor, as várias mulheres, as filhas, o filho, as lutas religiosas.
Nunca nenhum deles tinha ouvido falar desta história, nem supunha a existência de Henrique VIII. Diz-me às tantas um deles:
"Puxa! Essa história não pode ser verdade!"
E eu:
"Meus amigos, a vida por vezes imita a ficção!"
Diria mais: a vida por vezes ultrapassa qualquer ficção.

13.12.06

Miguel Esteves Cardoso

Português, mas simultaneamente possuidor de um olhar de fora. Ontem, na RTP, fez-me ver em mim mesma algumas características de ser portuguesa. E não forçosamente boas.

12.12.06

Maravilhas de Portugal


Esta é outra das minhas escolhas, um Mosteiro, para variar. Não é forçosamente a segunda escolha.

11.12.06

Pinochet

Morreu sem prestar contas na justiça.
Foi prestá-las na Verdadeira Justiça.
Onde todos iremos.
Eu vou confiada na misericórdia.

10.12.06

Citação de domingo


(pintura atribuída a Benedetto Bonfigli)

"O Natal só faz sentido com a Cruz ao fundo".
K. H.

9.12.06

Votações

Embalei nas votações e já fiz a minha escolha das Maravilhas de Portugal.
A primeira que escolhi é esta:

O Castelo de Almourol situa-se numa ilhota de sonho, onde seria bom passar uns dias. Rodeia-o o Tejo e chega-se lá de barco. Fiz isso nos anos 80: uma travessia com um barqueiro de lá, que nos levou em toda a volta da ilhota, cheia de mistérios e fantasias, como é próprio de toda a zona dos Templários.
Almourol faz-me sempre lembrar do meu amigo V.

8.12.06

Opinião

Não sei se é ou não a namorada do nosso 1º, mas raramente concordo com o que Fernanda Câncio escreve no DN.

7.12.06

Tal Filho, Tal Pai

Filho para pais: "Vocês viram as chaves do meu carro? Não as deixei cá?"
Pai: "Mas que cabeça têm estes jovens! Nunca sabem onde deixam as coisas!"
Uns dias depois...
Pai para mãe: "Viste as chaves do Fiat?"

6.12.06

Será possível?

Soube hoje que o governo se prepara não só para deixar de pagar a pequena quantia (cerca de 80 e tal euros) que era dada aos Orientadores de Estágio nas escolas, mas ainda ameaça obrigá-los a devolver o que lhes pagou como justa compensação do trabalho que desempenharam este ano e que tinha previamente acordado com eles.
Tudo começou quando os estagiários, no ano lectivo anterior a este, deixaram de leccionar turmas e passaram a ser meros observadores da vida escolar. Tudo para não lhes pagarem.
Agora o ataque vai às últimas consequências.
Escola de qualidade? Que é isso?

5.12.06

A 1ª!

Foi publicada hoje na minha escola a lista de ordenação de professores segundo o seu tempo de serviço total. E, espantem-se, sou a primeira da lista! Não a mais velha, convém acrescentar, mas a que tem mais tempo de serviço.

4.12.06

Deficiência

Numa reportagem da "Sociedade Civil" (RPT2), a propósito do Dia do Deficiente ou lá como se chamou, encontro repentinamento o meu antigo aluno P.B., empregado ao abrigo da lei sobre a deficiência.
O P.B. não tem um braço, que perdeu quando, em bebé, foi atropelado num passeio, dentro do seu carrinho. Foi meu aluno no 9º ano nos Salesianos. Encontrava-o muitas vezes no autocarro e o que havia de especial nele era não haver nada de especial! Ele corria, jogava a bola, escrevia e era um miúdo alegre como qualquer outro. Gostei muito de o rever hoje na TV, já homem, trabalhador e com um sorriso igualmente feliz.

3.12.06

Juventude

Trazem os jornais de hoje ecos de um estudo ampliado sobre os jovens em Portugal: que saem cada vez mais tarde de casa, que são cada vez mais dependentes dos pais, que se tornam cada vez mais tarde pais por sua própria vez. Pode -se dizer que os pais da minha geração sofrem cada vez mais da "síndrome do ninho cheio".
Não foi o que sucedeu connosco. Os nossos filhos foram saindo rapidamente de casa, mais cedo até do que imaginaríamos. São todos independentes. E vão fazendo de nós avós cada vez mais ricos. Que sorte que tivémos! Assim, de vez em quando até nos podemos dar ao luxo de sofrer da "síndrome do ninho vazio"!

2.12.06

Padarias


(Padaria Caprichosa no Bairro Azul, Lisboa)

As velhas padarias como as conhecemos até há bem pouco tempo estão a desaparecer. Essa fotografada aí em cima já nem é bem representativa de uma padaria a sério. Pois que boa tradicional padaria vende sumos?
Quando falo em padaria, falo daquelas de balcão de mármore e calendário na parede, que abriam às 7 e fechavam às 13h45, para voltarem a abrir entre as 17h30 e as 18h45. Que fechavam ao domingo. Aquelas que só vendiam pão e nada mais. Como a da minha rua, que serviu de serviço informativo da zona a gerações de senhoras mais ou menos (des)ocupadas. Tendo adoecido a velha Padeira, foi sendo (mal) substituída por várias outras senhoras, que não aguentaram o impacto do bairro. Fechou. Ao que parece, definitivamente.
Resta-nos agora comprar o pão nos Hipers, nos Lugares ou nos Cafés. Mas o pão já não é o mesmo.

1.12.06

Dezembro

Dizia uma canção antiga que Dezembro é o mês em que os bebés devem nascer. E não digo isto só porque eu nasci em Dezembro, mas também porque é o mês que se convencionou atribuir ao nascimento de Jesus. Assinalo aqui o início desta época, pedindo a todos os que me lêem: Não passem este Natal sem Jesus!