31.1.07

As Minhas Respostas à Questão do Aborto

Trato aqui apenas de algumas coisas que eu responderia a alguns argumentos invocados em favor da despenalização / liberalização do aborto.

Dizem: "Devemos ver isto apenas pela razão e pela ciência."
Minha resposta: É exactamente a ciência e a razão que cada vez mais nos permitem ver um ser humano vivo a partir de muito cedo, muito antes das 10 semanas. Quem tenha visto as imagens de uma ecografia de 7 semanas pode ter alguma dúvida?

Dizem: "Uma sociedade moderna permite o aborto por opção. Devemos ser uma sociedade moderna."
Minha resposta: Não sei bem o que se entende por "sociedade moderna". Se é aquela em que a vida não tem valor, então não quero viver numa "sociedade moderna". Os EUA são uma "sociedade moderna", onde se permite além do aborto, a pena de morte. E ouço tantas vozes contra esta "sociedade moderna"!

Dizem: "Não queremos ver as mulheres que abortaram arrastadas pelos tribunais".
Minha resposta: Vamos continuar a ver arrastadas pelos tribunais as mulheres que abortarem às 11, 12, 13, 14 semanas, que as há e muitas. Bem como as que continuarem a abortar fora do sistema legal.

Dizem: "Vamos mandar para a cadeia as mulheres que abortaram em desespero de causa?"
Minha resposta: Não sei se vamos, como também não o sei nos casos de quem rouba por ter fome, ou de quem mata por ser ameaçado de morte. Há , certamente, outras formas de penalizar quem vai contra a lei. Também não gosto de ver preso quem cometeu outros delitos. Mas essa é uma questão mais à frente, a das penalizações. Lamento, mas não é isso que me perguntam no referendo.

Dizem: "Não é justo que as mulheres ricas possam abortar em Espanha com todas as condições e as pobres no vão de escada."
Minha resposta: Concordo, mas também não é justo que os grandes possam fugir ao fisco com todo o à vontade, que possam roubar e até mandar matar em condições de segurança, enquanto os pobres se arriscam não só a ser imediatamente apanhados, mas até a correr risco de vida.

Dizem: "Não é justo para as crianças nascerem sem ser desejadas."
Minha resposta: Não me façam rir! Se só nascessem crianças planeadas, a humanidade tinha acabado há muitas gerações! Aliás, muitas das nossas crianças que hoje vão nascendo não foram planeadas, mas são recebidas com muito amor.

Dizem: "O aborto ilegal é um convite ao desenvolvimento de esquemas marginais, da lucros ilicítos, de criminalidade."
Minha resposta: É verdade, mas acontece com qualquer lei. A lei que proibe o roubo, a que proibe as drogas, a que proibe a condução sem carta, todas elas levam a que se desenvolva um esquema de o fazer de forma ilegal. Nem por isso decidimos descriminalizar o roubo, a droga ou a condução não habilitada.

Dizem: "O descriminalização do aborto não é uma questão moral, é uma questão de saúde pública."
Minha resposta: Como não é uma questão moral? Não é toda a lei uma questão moral e de ética? Tratar da vida não é uma questão moral? Mas sim, é também uma questão de saúde pública das mulheres que abortam e dos nascituros que são mortos.

Dizem: "A natureza desfaz-se muitas vezes dos embriões e fetos até às 12 semanas. Portanto, não se trata de um crime."
Minha resposta: A natureza também "se desfaz" de todos nós a longo prazo, e nem por isso achamos bem matar alguém.

Como todos sabemos, não somos capazes de criar a vida: ela é-nos concedida. Mas já temos a possibilidade de a tirar, embora não esse direito.
Penso que a questão fundamental é esta: o embrião / feto é ou não é um ser humano?
Se é, não podemos permitir que seja morto, só porque convém.

30.1.07

Wie viel Uhr ist es?


Hoje, na aula de Alemão, ao rever o tema "horas" para o próximo teste, fui pela primeira vez confrontada com a dificuldade dos alunos entenderem todos algo como, em português, dez para as seis, nove e um quarto. Convém relembrar que os meus alunos do 10º ano de Alemão têm origens tão diversas como vários PALOPs, Roménia, Brasil.
Mas o que mais me espantou foi a dificuldade que alguns têm de saber as horas nos reloginhos acima representados! Só as entendem nos digitais!

29.1.07

10ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA DEUS

Para além de todas as razões atrás mencionadas, consideramos que o aborto é uma clara violação da vontade de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas. O quinto mandamento declara precisamente: "não matarás" (Êxodo 20:13).
Encontramos na Bíblia a revelação inequívoca de que Deus valoriza a vida humana desde a concepção e que está envolvido no processo criativo, como p. e. no texto seguinte de autoria do rei David (Salmo 139:13-16):
"Foste tu que formaste todo o meu ser; formaste-me no ventre de minha mãe (...) Conheces intimamente o meu ser. Quando os meus ossos estavam a ser formados, sem que ninguém o pudesse ver; quando eu me desenvolvia em segredo, nada disso te escapava. Tu viste-me antes de eu estar formado. Tudo isso estava escrito no teu livro; tinhas assinalado todos os dias da minha vida, antes de qualquer deles exitir."

Dr. Jorge Cruz, Médico

28.1.07

Citação de Domingo

"Tudo vem Dele e tudo para Ele voltará".
N.S.

De novo, a neve!


Como no ano passado, não tinha comigo a minha máquina fotográfica para apanhar um instantâneo da neve em Queluz! Por isso, mostro uma fotografia de outrem e do ano passado.

27.1.07

A Prova do Crime

Aparecem-nos feijõezinhos espalhados pelo chão da sala. Qualquer relação entre a jarra que os ostenta e a nossa gata Migas é pura especulação.
Gata apanhada a subir a estante proibida:

Gata apanhada com a pata na "massa":

26.1.07

9ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A ÉTICA

O aborto, o infanticídio, o suicídio e mesmo a eutanásia eram relativamente comuns e socialmente aceites no mundo antigo greco-romano. O abortamento provocado ocasionava, geralmente, a morte da mãe. No século IV a.C. Hipócrates de Cós, com o seu juramento, impõe uma ruptura com a cultura da morte que prevalecia nessa época. Mais tarde, após a humanização do Direito, por influência do Cristianismo, o aborto passou a ser considerado um crime no mundo ocidental. Deste modo, a norma ética, ao longo dos séculos, tem sido a defesa da vida humana desde a concepção. O aborto induzido é, assim, contra a ética, pois colide com o princípio fundamental da inviolabilidade da vida humana.
Nos raríssimos casos-limite em que a continuação da gravidez põe em risco a vida da mãe, o aborto poderá ser a única forma de salvar a sua vida, o que a actual lei já prevê.

Dr. Jorge Cruz, Médico

25.1.07

Hoje Como no Início do Século Passado...

'There's your little mob in there,' said Grimes.; 'you let them out at eleven.'
'But what am I to teach them?' said Paul in sudden panic.
'Oh I shouldn't try to teach them anything, not just yet, anyway. Just keep them quiet.'
'Now that's a thing I never learned to do,' sighed Mr. Prendergast.
Paul watched him amble into his classroom at the end of the passage, where a burst of applause greeted his arrival. Dumb with terror he went into his own classroom.

"Decline and Fall", Evelyn Waugh

24.1.07

8ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA O DIREITO À DIFERENÇA

Em muitos países ocidentais, a liberalização do abortamento provocado tem impedido o nascimento de crianças com anomalias cromossómicas, das quais a trissomia 21 (síndrome de Down) é a mais frequente, bem como com malformações congénitas perfeitamente compatíveis com a vida, e muitas delas com correcção cirúrgica pós-natal, como é o caso do lábio leporino ou do pé boto. Situações mais graves e complexas, como certas malformações cardíacas, podem também ser tratadas cirurgicamente, por vezes mesmo antes do nascimento.
O abortamento destas crianças contribui para uma desvalorização e discriminação de pessoas com deficiências sensoriais, motoras e/ou cognitivas, que vivem vidas adapatadas e felizes, apesar das limitações.

Dr. Jorge Cruz, Médico

23.1.07

A 34

Durante um mês da minha vida, um mês muito duro, eu fui conhecida não pelo meu nome, mas pela 34.
Isto aconteceu em 1974, entre Novembro e Dezembro, e eu estava internada na cama número 34, na Maternidade de Santa Bárbara, em Lisboa, com ameaça de aborto.
As condições eram deprimentes: uma área enorme, dividida por pequenos tabiques para 8 mulheres cada, recebia cerca de 40 mulheres. Os colchões eram feitos de raspas de cortiça e a casa de banho tinha um grande buraco no tecto, onde entrava o frio daquele inverno.
Todas as mulheres tinham abortado ou estavam em vias de abortar. Muitas, porque tinham feito um aborto no exterior, vinham tratar as sequelas. Outras faziam tudo por tudo para manterem os seus bebés vivos.
Por ser um lugar de abortos, não havia visitas nos 5 primeiros dias, e depois disso, só para quem pudesse ir à sala respectiva. Assim, era da janela que pedíamos aos maridos que trouxessem uns chinelos, um roupão, umas cuecas.
Ali tive uma boa escola do que é realmente o mundo das mulheres. Lembro-me de uma rapariga que tinha feito um aborto: tinham-lhe abortado um bebé, mas ela estava grávida de gémeos e um deles sobrevivia ainda. Em Santa Bárbara, faziam tudo para salvar os bebés. Assim, ela assinou a alta, saiu, abortou o segundo bebé e voltou para tratar as sequelas.
Uma outra rapariga, grávida de cinco meses, perdeu a bebé praticamente à nossa frente.
Interessante foi que nunca vi nem médicos, nem enfermeiras, nem outro pessoal tratar menos bem quem tivesse (ou não) provocado o seu próprio aborto.
A maior parte das mulheres estava lá 3 ou 4 dias e ia-se embora já recuperada. Mas os casos como o meu em que, ou continuava a ameaça de aborto, ou se tratava de uma coisa mais complicada, iam ficando.
Eu, descobriu-se depois, tinha uma mola hidatiforme. Corria a versão que era um bicho que quando nascia, subia pelas paredes.
Quem ia subindo pelas paredes fui eu, quando finalmente decidiram fazer-me expulsar a dita mola. Não tanto pelas dores, que as tive e muitas quando acordei a meio da anestesia geral, mas pela fraqueza geral em que fiquei.
Fizeram-me a curetagem na Magalhães Coutinho e foi aí, na sala de recuperação, que uma rapariga abortou espontaneamente um feto de 3 meses. A enfermeira pegou nele numa gaze e andou a mostrar-nos às outras internadas: um bebé minúsculo, mas completo, com um rostinho perfeito, dedos nas mãos e pés, um rapazinho.
Voltei para casa no dia 19 de Dezembro, e já nem entendia tudo o que a minha filha R. dizia, tanto que ela se desenvolveu num mês, mês esse em que tinha completado 2 anos de vida.
Foi uma experiência terrível, mas que jamais esquecerei.

22.1.07

7ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A DIGNIDADE HUMANA

A tradição moral judaico-cristã sempre se preocupou com a defesa dos mais fracos e vulneráveis, como é o caso das crianças, dos órfãos, dos idosos e das viúvas. O aborto nunca é uma solução dignificante, nem para quem o pratica, nem para a mulher que a ele se submete, e muito menos para a criança inocente.
Concordamos com o relatório-parecer sobre a experimentação no embrião, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (1996) que afirma que "a vida humana merece respeito, qualquer que seja o seu estádio ou fase, devido à sua dignidade essencial."
É também um facto indiscutível que o número de abortos aumentou, por vezes exponencialmente, em todos os países que despenalizaram a sua prática.

Dr. Jorge Cruz, Médico

21.1.07

Lisboa-Dakar

Acabou-se. Desistimos!!!
Íamos muito bem na sexta-feira passada a passar dunas e desertos, quando encontrámos os senhores e senhoras representados nesta página:
http://multimedia.rtp.pt/index.php?vid=1
Cliquem no vídeo WMU do Contra-Informação de 19 de Janeiro e entendam que, com semelhante companhia, nos recusámos a andar um quilómetro que fosse!
Assim, demos meia volta e voltámos para o aconchego dos nossos lares.

20.1.07

6ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A CONSCIÊNCIA

É um facto incontestável que ao longo da história da humanidade, por influência do cristianismo, o aborto era considerado um crime, passível de punição. Contudo, nas últimas décadas, tem-se assistido a uma tendência no sentido da desvalorização da vida humana.
A nível individual, é indiscutível a sensação de culpa que a realização de um aborto acarreta, tanto à mulher que a ele recorre como à pessoa que o pratica. Tal facto deve-se à consciência que cada ser humano possui, e que o ajuda na tomada de decisões morais. Como afirma um provérbio francês, "não há travesseiro mais macio do que uma consciência limpa."

Dr. Jorge Cruz, Médico

18.1.07

Inacreditável

mesmo é esta história do pai biológico e dos pais adoptivos.
Quanto a mim, se o pai biológico foi avisado da paternidade ainda durante a gravidez e não quis saber, se foi avisado já com a menina nascida, e não quis saber, como é que a justiça lhe quer entregar a criança depois de tê-lo forçado a fazer análises para determinar a paternidade?
E se a mãe biológica também decidisse uns anos depois reaver a criança, entregavam-lha?
Acho que num caso destes, não deveria subsistir qualquer dúvida sobre quem são (há 5 anos) os verdadeiros pais da criança.

17.1.07

Pilhão?


Querem saber onde coloco as minhas pilhas gastas? Querem? Não, não é no objecto representado acima, é mesmo no lixo aí em baixo!!! Só por causa do estúpido anúncio que arranjaram para a TV, que todos os dias me perfura os tímpanos.

16.1.07

5ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A FAMÍLIA

Os filhos são uma parte integrante e significativa de cada família, considerada um dos pilares fundamentais das sociedades civilizadas. A ênfase dada à autonomia da mulher sobre a sua gravidez prejudica o relacionamento conjugal e familiar. Aliás, sabe-se que mais de 80% dos abortos provocados resultam de relações sexuais extra-conjugais.
Sabe-se também que uma percentagem significativa de gravidezes não planeadas e mesmo não desejadas, se não forem interrompidas, levam invariavelmente ao nascimento de crianças que acabam por ser extremamente apreciadas e amadas pelos seus pais.
Por outro lado, ao impedir-se o nascimento de crianças através do aborto está-se a contribuir para o grave problema demográfico resultante da diminuição acentuada da taxa de natalidade, em muitos países ocidentais. O mesmo se verifica actualmente em Portugal, o que acarretará consequências nefastas a nível económico e social.

Dr. Jorge Cruz, Médico

15.1.07

Ontem, na Sic

na belíssima reportagem sobre a Infertilidade, apreciei, para além da corajosa e digna intervenção da Musa, a informação dada pelo Prof. Mário de Sousa, de duas das principais causas do aumento da infertilidade na nossa sociedade:
1ª a promiscuidade desde muito cedo, que leva raparigas e rapazes a terem inúmeros problemas a nível do aparelho genital.
2ª a entrega dos jovens a comportamentos desregrados, no que diz respeito a álcool, tabaco e drogas, especialmente quando isso se efectua por picos de fim de semana.

14.1.07

Dedicação


Foi hoje dedicada ao Senhor, pelos seus pais, na sua igreja, a minha netinha mais nova, a Marta. Isso significa simplesmente que os pais confiam a sua jovem vida nas mãos de Quem a criou. Mais tarde, ela fará as suas escolhas.

13.1.07

Tempestade de areia


Não sei se vos disse que, após uns dias de grande calor, temos noites muito frias no deserto. Ainda por cima, dormimos numas tendinhas que não nos isolam grande coisa da temperatura exterior. Uma madrugada destas, como não conseguia dormir por causa do frio, decidi deixar as belas adormecidas das minhas companheiras, vestir-me bem e sair.
O sol nascia grandiosamente sobre o acampamento ainda quase totalmente adormecido. Como tinha deixado a minha máquina fotográfica no carro, estou a usar esta foto dos Saharamet, uns jornalistas que me acompanharam nesta belíssima visão.
Mas, como diz um hino cantado nas igrejas evangélicas, "Bem de manhã, embora o céu sereno / Pareça um dia calmo anunciar / Vigia e ora, o coração pequeno / Um temporal pode abrigar!", no decorrer da viagem desse dia, começou a surgir uma neblina acastanhada muito estranha. Em breve, entrámos no que parecia ser uma núvem densa e o vento começou a açoitar o carro. "Chuva?!", exclamou a minha T. Mas não, não era chuva: era o próprio deserto que se voltava contra nós, em forma de tempestade de areia.
Parámos, fechámos tudo o que podíamos e esperámos. Quando aquilo passou, o nosso carro estava semi-enterrado na areia. Havia areia por todo o lado e passámos umas boas horas a tirá-la como podíamos. Felizmente, o motor tinha ficado voltado na direcção contrária aos ventos e pudémos seguir viagem.
Nunca se fiem num belo amanhecer!

12.1.07

4ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A CRIANÇA

Já no célebre Juramento de Hipócrates (IV a.C.), ao qual os médicos têm procurado obedecer ao longo dos séculos, é expressamente referido: "não fornecerei às mulheres meios de impedir a concepção ou o desenvolvimento da criança." Condenamos assim, veementemente, a tese de que "as mulheres têm direito ao seu corpo", na medida em que esse suposto direito colide com princípios que consideramos absolutos, como o direito à vida do nascituro, que apresenta identidade genética própria, distinta dos progenitores.
Nos países que despenalizaram o aborto, os seres humanos correm maior risco de terem uma morte violenta nos primeiros nove meses da sua existência do que em qualquer outro período da sua vida. O útero materno, que deveria ser o lugar supremo de protecção da vida humana tornou-se assim tragicamente, nas últimas décadas, num dos locais mais perigosos. Além disso, sabe-se que muitas crianças, quando descobrem que a sua mãe fez um aborto, numa outra gravidez, desenvolvem perturbações mentais que podem requerer apoio psicológico ou psiquiátrico.

Dr. Jorge Cruz, Médico

11.1.07

Perdidas no deserto!


A T. não se cansa de elogiar a co-pilotagem da nossa amiga J., que sabe sempre para onde vamos, que nunca se engana onde é o sul para onde seguimos e onde ficou o norte onde deixou o seu querido. Chego a pensar que se tratem de piadas acerca do meu desacerto na função no ano transacto, que quase nos fez chegar ao corno de África.
Mas foi exactamente a saudade que a nossa amiga J. tem, mantém e retém do seu querido marido que nos ia causando o desastre completo. No meio dos suspiros, pegou nos mapas ao contrário, ou viu o GPS de pernas para o ar e lá fomos nós contra o morro de areia representado na imagem. Diga-se de passagem que a foto não é minha, que a minha máquina se encheu de areia, foi um jornalista chamado Luminescências que a tirou.
Ao sair do banco da areia e completamente humilhada por uma cena destas, a minha amiga T. ignorou mapas e GPSes e conduziu o carrro pelas areias quentes do deserto, como se fôssemos os três reis magos nos camelos atrás de uma estrela. Foi assim que às tantas nos vimos perdidas no deserto!
Eu só me lembrava que, se o filho da Thatcher há uns anos largos também se perdeu no deserto e a British Air Force foi mobilizada para o procurar, não seria demais que a nossa Força Aérea nos fosse buscar também...
A nossa amiga J. prontificava-se já para chamar reforços lá de casa dela, quando a T. finalmente descobriu uma série de outros carros e motas igualmente encalhados no deserto, mas que, esses ao menos, sabiam o caminho do regresso!

10.1.07

3ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA O HOMEM

O aborto não pode reduzir-se a um acto que apenas envolve a mulher que o pratica. Há pelo menos mais dois elementos fundamentais em todo o processso: o pai da criança e obviamente o nascituro.
Ao valorizar-se a vontade da mulher de prosseguir ou não com a gravidez, remete-se para segundo plano ou ignora-se completamente a vontade do homem, co-responsável pela concepção e paternidade. Desse modo, desvaloriza-se a sua participação no processo criativo. Ainda que muitas vezes o elemento masculino do casal não assuma a sua responsabilidade na família, através da despenalização e promoção do aborto livre, descartam-se completamente os deveres do pai da criança.
Sabe-se também, actualmente, que os homens podem sofrer de depressão pós-aborto, especialmente quando tal acto é realizado sem o seu conhecimento e autorização.

Dr. Jorge Cruz, Médico

9.1.07

Lisboa-Dakar

Ganhámos a primeira etapa! O quê? Não ouviram dizer nada? Bom, é porque a ganhámos moralmente. Assim que partimos de Lisboa, a minha amiga T. desatou a conduzir depressa, como se levasse o diabo atrás de nós. Eu a dizer-lhe "Ó T., olha que isto não é nenhum rally", a nossa amiga J. já baralhada com os mapas e com o GPS, eu a agarrar-me com força ao banco e ela nada. Claro que assim nem consegui tirar nenhuma foto. Ainda tentei lembrar-lhe as vezes (recentes) em que bateu, mas ela leva as coisas sempre muito a sério.
Como há malucos ainda mais doidos que a T., é claro que fomos ultrapassadas. E ainda bem. É que eu estava quase a arrepender-me de me ter metido nesta louca aventura, eu que, para além de odiar o calor e os desertos, também odeio carros, estradas e velocidades.

8.1.07

As minhas netas


As minhas duas netas mais velhas dão-se muito bem, ou melhor: o que uma faz, a outra repete instantaneamente. Se uma corre, correm as duas; se uma grita, gritam as duas; se uma quer colo, as duas querem colo.
Com as três cá em casa, a nossa atenção tem que dividir-se pelas três.
Admiro a forma como a Maria, a mais velha, aprendeu a lidar com a situação de ter deixado de ser a única, primeiro como neta, e agora como filha. Ela brinca e conversa com quem apanha a jeito ou mesmo sozinha. Não há problema. De vez em quando, uma festinha na cabeça da irmã.
Mas, estando a prima Joana, a festa está montada!

6.1.07

Lisboa-Dakar de novo


Pensávamos que tínhamos esgotado a nossa propensão para atravessar desertos no ano passado. A minha amiga T. bem insistiu comigo para nos inscrevermos e eu, népia. Desertos e calor não combinam comigo, disse-lhe.
Mas devo confessar que o relato dos preparativos e as imagens na baixa e arredores mexeram comigo: telefonei à T. e ela foi a correr lavar o carro (quem é que lava o carro quando vai para o deserto?!), fomos rapidamente convidar a nossa amiga J. e zarpámos.
Este ano, como sempre, a T. é a condutora, a J. é a navegante e eu? ora, eu vou no banco de trás, já que sempre me fez confusão encarar com o trânsito de frente. Eu limito-me às fotografias e à escrita. Bom, se necessário, também sou intérprete, isto se no norte de África se falarem as (poucas) línguas que domino.
Para começar, essa foto não é minha, que a minha máquina estava sem pilhas. É de um "compagnon de route" chamado www.pani.com.

5.1.07

Justiça

Comentei aqui há dias como Pinochet se foi, fugindo à justiça humana. Hoje, discute-se apaixonadamente a justiça da justiça infligida a Sadam. E cada vez mais a justiça que é feita cá pela terra nos deixa na boca o sabor amargo da sua ausência.

4.1.07

Manhã de Inverno


(imagem do sitiodoshaicais)

Esta manhã, ainda cedo, um melro igual a este saltitava no passeio entre os pardais e as pombas, debicando uns restos de pão entre o lixo-fim de festa e as últimas folhas caídas do Outono. E que bela visão de uma manhã de Inverno!

3.1.07

Gata Friorenta


No aquecedor


Aproveitando uma réstea de sol no sofá

2.1.07

2ª Razão Por Que Somos Contra o Aborto

O ABORTO É CONTRA A MULHER

Sejam quais forem os motivos que a originam, alguns permitidos por lei, qualquer interrupção da gravidez é uma agressão para a saúde física, mental e emocional da mulher. Sabe-se actualmente que qulquer mulher que aborta voluntariamente, mesmo nas melhores condições de assistência médica, tem um risco acrescido de lesões no aparelho genital, infertilidade, abortamentos espontâneoas posteriores, prematuridade em gravidezes ulteriores, entre outros. Mais difíceis de quantificar, mas não menos importantes, são as consequências ao nível da saúde mental, nomeadamente depressão, sentimentos de culpa, sentimentos de perda, abuso de substâncias tóxicas e mesmo suicídio. O Colégio da Especialidade de Psiquiatria do Reino Unido (Royal College of Psychiatrists) chamou a atenção, já em 1992, para uma das consequências da liberalização do aborto nesse país.
"Ainda que a maioria dos abortos seja realizada com base no risco para a saúde mental da mulher, não há justificação de natureza psiquiátrica para o aborto. |Pelo contrário|, coloca as mulheres em risco de sofrerem perturbações psiquiátricas, sem resolver qualquer problema dessa natureza já existente."
Por outro lado, a despenalização total do aborto, ainda que nas dez primeiras semanas de gravidez, em vez de valorizar a vontade da mãe da criança pode expô-la a pressões por parte de familiares, do pai da criança, da entidade patronal ou mesmo de profissionais de saúde (p.e. por um alegado risco de malformações no feto que muitas vezes não se verificam), no sentido de interromper a gravidez, mesmo contra a sua vontade. Quanto mais permissiva for a lei, maior é a probabilidade destas situações ocorrerem.

Dr. Jorge Cruz (médico)