30.6.06

Homenagem


Faz hoje dois anos que partiu a minha amiga e colega MC. Coisa estranha esta, a de ter cada vez mais gente do outro lado. E gente mais nova que eu.
A MC foi minha colega no Externato Acrópole, onde nos tornámos amigas: lembro-me por exemplo de uma época em que íamos ver filmes de terror à tarde, antes de voltar para as aulas às 6!
Quando o Externato fechou, foi ela que garantiu emprego noutro colégio a vários de nós, a quem inclusivamente a tinha gravemente prejudicado. Sempre a admirei por isso.
Lembro-me de a ir visitar na cama, onde passou nove meses para ter o seu único filho.
Lembro-me de quando adoeceu e de como detestava falar disso.
Uma vez ligou-me e perguntou: "Sabes de onde estou a falar? Da Alemanha!" E eu, estupidamente: "Que inveja!" Ela estava lá a tentar um tratamento novo para o cancro que a consumia.
Há dois anos liguei-lhe em Maio, no dia dos anos. Que estava tudo bem. Mais uns tratamentos e ia andando.
A notícia da sua morte apanhou-me assim completamente desprevenida, um mês e pouco depois, no dia de anos de outra das colegas-amigas e após uma vitória de Portugal no Europeu de futebol. Liguei a esta outra colega-amiga a avisá-la e a dar-lhe os parabéns pelo aniversário, andava ela a celebrar no meio do intenso ruído das ruas de Lisboa. A ironia da vida.
A imagem que acompanha este post é a de um cartãozinho que lhe dei algures durante a sua doença e que ela trazia sempre na carteira.
MC: quanta coisa deixei para falar contigo! Até sempre!

29.6.06

Viva "A Bola"!

Atrevo-me a reproduzir este artigo, com uma vénia ao blog de onde o tirei.

Crónica d' A Bola

«Jogo pelos professores»

Os professores andam em pé de guerra. Como os professores são normalmente distantes uns dos outros, os seus pés de guerra andam por aí semeados como pés de salsa, espalhados pelo País. De norte a sul.

Os professores estão descontentes. Com a vida que lhes corre mal, porque ninguém os valoriza; com os colegas, que só se interessam por resolver a sua vidinha; com os alunos, que os desconsideram e maltratam; e, acima de tudo, com o Governo da nação, que os desvaloriza, os desautoriza e os desmoraliza.

Nunca fui um estudante fácil e sabia, que um professor desautorizado era um homem (ou uma mulher) morto na escola. Não quero dizer fisicamente mas profissionalmente. Como sempre fui bom observador, conhecia de ginjeira os professores fortes e os professores fracos. Os fortes resolviam, por si próprios, a questão. Alguns pela autoridade natural do seu saber e da sua atitude, outros de forma menos académica. Os fracos eram defendidos pelos reitores. Ir à sala de um reitor era, já por si, um terrível castigo. Mas bem me lembro que professores fracos e fortes, bons e nem por isso, se protegiam, se defendiam e se reforçavam na sua autoridade comum.

Já nesse tempo se percebia que tinha de ser assim, porque, se não fosse, os pais comiam-nos vivos e davam-nos, já mastigados, aos filhos relapsos. E isso a escola não consentia.
Os pais, dito assim de forma perigosamente genérica, sempre foram entidades pouco fiáveis em matéria de juízo sobre os seus filhos e, por isso, sobre quem deles cuida, ensina e faz crescer.

Os pais sempre foram o pavor dos professores de natação, dos técnicos do futebol jovem, dos animadores das corridas de rua. Os pais, em casa, acham os filhos umas pestes; mas na escola, no campo desportivo, no patamar da casa do vizinho, acham os filhos virtuosos e sábios. Os pais são, individualmente, insuportáveis e, colectivamente, uma maldição.

Claro que há pais... e pais. E vocês sabem que não me refiro aos pais a sério, que são capazes de manter a distância e o bom senso. Falo dos outros, dos pais e das mães que acham sempre que os seus filhos deviam ser os capitães da equipa e deviam jogar sempre no lugar dos outros filhos. O trágico disto tudo é que são precisamente esses pais os que, na escola, se acham verdadeiramente capazes de fazer a avaliação, o julgamento sumário dos professores dos seus filhos, achando que eles só servem para fazer atrasar os seus Einsteinzinhos.

Por isso eu aqui me declaro a favor dos professores. Quero jogar na equipa deles contra a equipa dos pais e ganhar o desafio da vida real e do futuro deste país contra o desafio virtual dos pedagogos de alcatifa.»

vserpa@abola.pt
A Bola, 3 de Junho de 2006

Vitor Serpa, director do Jornal A Bola, alia-se aos professores.

28.6.06

Parabéns, Netinha!


Como este primeiro ano da tua vida passou depressa para esta tua avozinha! Impossível esquecer os sentimentos do dia em que Deus te colocou neste mundo e nas nossas vidas. Como as tuas avós se abraçaram em lágrimas ao saber que estavas finalmente sã e salva entre nós.
Uma vida longa e muito abençoada te deseja esta avozinha.

27.6.06

Amigos



Quando um amigo se casa, a sua mulher passa a ser obrigatoriamente nossa amiga? A resposta é não. Mas se ela nos conquista com os seus olhos brilhantes, a sua voz doce e o seu abraço caloroso, então, sim, ela passa a ser nossa amiga.
Neste caso, os amigos estiveram em Paris e pensaram em nós.

26.6.06

Desenho


Como não sei desenhar, só assim por interposta pessoa posso apresentar o blog da minha sobrinha A., que tão bem desenha a vida.

25.6.06

Citação de domingo

"Abriram (a porta), viram e pasmaram".
(Perante a graça de Deus)

23.6.06

Verão

O que gosto no Verão:
- as noites quentes: andar na rua sem casaco
- as sombras nos jardins
- a frescura da água
- tomar banho de água fria ao chegar a casa num dia de calor
- as saladas
- as sardinhadas
- os bebés só com uma pecinha de roupa
- andar (quase) descalça

O que detesto no Verão:
- o calor acima dos 29 graus
- a minha casa insuportavelmente quente
- a ausência de brisa
- os fogos
- não conseguir adormecer prontamente
- andar de carro (sem ar condicionado)
- ruas sem sombras
- a praia com mais de 30 graus

É mais aquilo que não gosto que aquilo que gosto. Por isso, aprecio tanto a Primavera!

22.6.06

Sonho

Esta noite voltei em sonhos à infância dos meus filhos. A propósito da netinha J., entrei na sala e quem brincava no chão era a S., sua mãe! Logo a seguir, encontrei os outros dois, que se encondiam debaixo da mesa. Revivi as características de cada um na infância, a forma de falar e de brincar. Não me perguntem como era, porque tudo isso ficou no sonho.
Dou graças a Deus que me permite voltar a viver tudo isso através das netinhas.
"O Senhor te abençoe durante todos os dias da tua vida e vejas os filhos dos teus filhos." (Salmo 128)

21.6.06

Bem-vindo, Verão!


On the Summer Wind, de Jane Ooster Scott

20.6.06

No Comments


"A Educação? Sim, estou a ver perfeitamente! Deixem a Ministra trabalhar!"

(Fotografia do DN)

19.6.06

Vertigo


é assim que me tenho sentido nestes últimos dias.

18.6.06

"Why me, Lord?"


"Feliz aquele que Tu escolhes" (Salmo 65:5).
Ouçam esta música.

17.6.06

A minha netinha M.

(25 meses) senta-se ao computador cá de casa, pega no rato e habilmente vai abrindo o que lhe interessa. O primeiro é sempre o Internet Explorer. A seguir, quer ver fotografias e reclama: "Movas! Movas!"
Vou buscar as poucas fotos de noivas que temos no computador: a mamã dela, as tias, eu própria. Esgotamo-las rapidamente e ela continua a reclamar: "Movas!"

16.6.06

Balanço das aulas de substituição

Última aula de substituição deste ano lectivo: correu bem, os alunos já tinham 'bazado'...

Positivo nas aulas de substituição:
- Os alunos estiveram 'presos', logo, não se mataram à pancada cá fora.
- Os funcionários estiveram mais sossegados
- Tive oportunidade de travar conhecimento com muitos alunos da escola, que de outro modo não conheceria
- Não me consigo lembrar de mais nada

Negativo nas aulas de substituição:
- Os alunos estiveram 'presos', logo, não tiveram oportunidade de extravasar as suas energias quando não tiveram aula e, em alguns casos, tentaram 'matar-se' lá dentro...
- Os funcionários andaram numa roda viva a controlar cada prof que faltasse para chamar os substitutos
- Muitos alunos não tiveram ostensivamente prazer nenhum em me conhecer
- Aumentou muito o número de participações disciplinares dos alunos, neste caso, provocado por aulas de substituição (felizmente, não foi o meu caso, mas pouco faltou!)
- Aumentou muito a ansiedade dos profs: Será que sou chamado? Para que turma será que vou? Como serão esses alunos?
- Os profs começaram a escolher os dias de substituição quando tinham que faltar.

Na minha escola, estamos a tentar desenvolver projectos de ocupação dos alunos nessas horas, espaços para onde eles possam ser encaminhados e fazer algo de produtivo e/ou interessante. Esbarramos sempre com a falta disso mesmo, do espaço, que já não abunda para as aulas regulares.

15.6.06

A propósito de futebol

Hoje, ao desfolhar o Diário de Notícias, deparo-me com este poster alusivo à época:


Pois bem: o Luís Boa-Morte foi meu aluno, há uns bons anos atrás. Na altura, ele era um dos 'meninos' das escolas do Sporting e havia um acordo entre o Sporting e o Externato Acrópole, onde eu era prof.
Recordo do Luís que era muito vivaço, muito esperto e tinha jeito para a língua inglesa.
Pelos vistos, essas qualidades continuam a valer-lhe.

14.6.06

Hoje


como sempre, sou professora.

Marchas


Sempre achei muita graça a esta tradição lisboeta. Um dia ainda hei-de pagar para passar a noite toda na avenida, sentadinha na bancada principal.
Os moçoilos e as moçoilas são muito giros e aguentam-se bem. Mas será que não dava para escolher alguns, pelo menos alguns, que não fossem tão, mas tão desafinados?

13.6.06

Planeta futebol

Ontem, venho a casa num rápido intervalo para almoçar antes de voltar para a escola às 2. Tento comer e ver as notícias. Em vão. Na RTP, as notícias só começaram às 13h 22. Na TVI às 13h 27. Na Sic às 13h 37.

12.6.06

Dietrich Bonhoeffer


Comemora-se este ano o centenário do nascimento deste cristão do séc. XX, exemplo de coragem e de quem vive segundo o que crê. Admiro muito Bonhoeffer. Teólogo, pastor, professor, exerceu a sua acção na Alemanha, em Inglaterra, nos EUA. Morreu enforcado aos 39 anos, vítima do nazismo, por ter levado a fé às suas últimas consequências.

10.6.06

Último dia de aulas II

Foi ontem o meu último dia de aulas deste ano lectivo. ( Podem ficar descansados, ainda vou trabalhar muito na escola até em fins de Julho entrar em férias. Esta nota é para os que todos os anos me repetem: Já estás de férias?)
Foi também ontem o último dia em que dei aulas do 12º ano. Isto, porque na minha escola não haverá mais nem Inglês, nem Alemão no 12º ano, com grande pena minha, diga-se de passagem. Foi sempre o nível que gostei mais de dar.
Recordo o ano em que o 12º ano foi criado e da confusão que surgiu, quando, ao ser publicado o programa só aí para Dezembro ou Janeiro (nessa época era assim), eu descobri que tinha na mesma turma alunos de dois níveis e dois programas diferentes. E lá dei a volta ao texto, como sempre tenho dado, de cada vez que se me depara uma situação complicada.
Pelas leis de há 2 ou 3 anos atrás, teria sido ontem o meu último dia de aulas, já que estou a atingir os 36 anos de serviço. Tenho que continuar, está visto, a dar muitas voltas ao texto, a digerir uma nova reforma no secundário, a gramar algumas pastilhas com que nos vão brindando, mas sobretudo a conhecer e a dar a volta a alunos novos.

9.6.06

Último dia de aulas

Os alunos entram animados: simultaneamente ansiosos por partir e já saudosos de uma vida que termina. A minha turma é de Alemão do 12º ano. Trocam mensagens e lágrimas furtivas num caderninho que a minha colega de Português preparou para cada um. Maravilho-me: cada um dos seus 28 alunos desta turma recebeu um caderno para troca de mensagens de despedida. Na primeira página, um poema escrito por um poeta com o primeiro nome (ou semelhante) do aluno ou aluna. Logo, 28 poemas diferentes! Vou lendo os poemas e aproveito uma frase de cada um para escrever a minha mensagem de despedida a estes alunos. Estive com eles apenas dois anos. Mas vão ficar as saudades!

8.6.06

Adenda à História Anterior

Os anjos alegram-se por nós (Lucas 15:8-10).

7.6.06

História V

Não era rica, a Marta. Trabalhava numa loja, morava num prédio dos subúrbios e levava uma vidinha casa-trabalho-casa. Também não tinha grandes vaidades. Como jóias, apenas um fio de ouro herdado da avó e da mãe, que guardava como relíquia, mas que pouco valor financeiro representava. Uma vez, tinha-o até mandado avaliar ao ourives e ficara altamente ofendida pelo baixo e desdenhoso valor que lhe atribuiu. Não seria ela, portanto, a candidata ideal a um assalto. Mas, ou porque alguém soubesse que havia ouro em sua casa, ou porque os assaltantes estivesses desesperados por completo, um dia aconteceu.
Ao entrar em casa, no fim de um dia de trabalho, estava tudo voltado do avesso: gavetas, estantes, armários, com as pobres tralhas espalhadas pelo chão.
O coração saltou-lhe à boca, quando se lembrou do seu magro fio de ouro. Viu no sítio do costume e nada. Foi para a escada e alarmou a vizinhança toda. Correu tudo em casa e nada. Desceu de novo as escadas, subiu-as, nada. Foi buscar uma vassoura e começou a varrer os degraus. No último lance, caída e meio escondida na poeira, a sua preciosidade! O ladrão deve ter ouvido passos na escada, fugiu e deixou cair o fio.
Louca de alegria, Marta volta a incomodar a vizinhança, que a olha com algum desdém. Vai de andar em andar, de porta em porta, a mostrar o precioso fio. "Venham comigo", diz ela, "venham a minha casa tomar qualquer coisa!"
Desconfiados com tanta alegria, os vizinhos vão subindo um a um, já que uma comidinha grátis nunca se recusa.
Rapidamente, Marta manda vir comida, bebida, bolos e abre aquela garrafa de whisky guardada para uma ocasião especial. Reina a alegria.
E sobre uma almofadinha de veludo azul, no centro da mesa, o velho fio de ouro dos antepassados.

6.6.06

Escravatura



As nossas avós lutaram pelo direito a votar, as nossas mães pelo direito a trabalhar fora. A minha geração bateu-se pela igualdade de direitos e oportunidades.
De repente, hoje as mulheres vivem completamente tiranizadas pela obrigação de serem saudáveis, belas e jovens a vida inteira.
Como viemos aqui parar?

5.6.06

O meu lanche preferido


de preferência, em duplicado.

4.6.06

De regresso

desta vez não do Portinho da Arrábida, mas deste outro paraíso, perto de Sintra.

3.6.06

Mês dos Genros


Este é o mês dos meus genros, já que hoje faz anos um deles, e o outro daqui por uma semana. Damo-nos bem, eu, os meus genros e a minha nora. Dois deles já eu conhecia antes de se tornarem candidatos à nossa família.
Aqui ficam os parabéns para eles com esta sugestiva imagem!

2.6.06

Ainda o Dia da Criança


Passei parte do dia de ontem com a minha netinha J. Para a M. comprei este livrinho para se ir preparando...

1.6.06

Dia da Criança


Aproveito esta obra de Jessie Wilcox Smith para homenagear todas as crianças, especialmente as minhas netinhas.