31.1.06

Narcisos


Os narcisos floridos são no Inverno a promessa que a Primavera chegará. Como a promessa da Bíblia que Jesus não nos esqueceu: Ele voltará.
(Esta foi a primeira boa foto que tirei com a minha nova Pentax Optio 50L. Devo dizer que os ditos narcisos têm bem melhor aspecto na foto que na realidade...)

30.1.06

Ó sr. Manuel Alegre!

Ainda não percebeu que só votámos em si porque queríamos castigar o elemento apontado pelo partido do governo e jamais votaríamos no Cavaco?

29.1.06

História IV

Inventei uma nova sobremesa, daquelas que ligam todos os ingredientes necessários para se tornarem um manjar do céu. Daí, convidei vários amigos para o provarem numa festazinha caseira.
O Abel serviu-se da sobremesa, mas logo se distraíu com a conversa, pousou a taça e veio a gata e lambeu-lha toda.
A Beatriz encheu a taça até cima, os olhos brilharam ao contemplar a divinal substância, ouviu um comentário depreciativo da sua textura e largou a sobremesa.
O Carlos foi deitando colheradas da sobremesa na sua taça, mas de repente tocou o telemóvel, o doce ficou frio e já não lhe pegou mais.
A Daniela serviu-se, provou, até os olhos se lhe riram: comeu tudo, voltou a servir-se. Por fim, pediu a receita e tem continuado a fazê-la para todos os seus amigos.

(Esta história é dedicada a T. C., que hoje nos recordou as velhas parábolas no Dia da Bíblia).

28.1.06

Adolescência


Há dias, a minha irmã trouxe-me esta foto, onde estou com ela, com a nossa mãe e com a Boneca. A boneca tinha acabado de chegar para ela vinda dos States, onde a minha irmã tinha estado para ser operada ao coração, coisa que só viria a acontecer uns anitos mais tarde.
Quando ela me mostrou a fotografia, saltou-me imediatamente ao nariz o cheiro que esta boneca trazia, especialmente no cabelo, um perfume diferente.
A fotografia é a marca do nosso passado, mas a memória muito mais.

27.1.06

O desporto favorito dos portugueses

Concordo inteiramente com este artigo! Eu própria não diria melhor!

26.1.06

Teolinda Gersão


Excelente poetisa e escritora, foi minha professora de Teoria da Literatura na Faculdade de Letras. E foi óptima professora, não só no quanto lhe devo dos meus conhecimentos de Literatura, que os deu de forma muito bem organizada (caso raro na Faculdade da época), mas muito humana para os seus alunos.
No dia do meu exame oral ( e eu tinha tido 15 na escrita, o que na altura era uma grande nota!), tive o azar de a avó dela falecer, o que a impediu de fazer os exames. Foi substituída por uma megera de quem providencialmente esqueci o nome, que me azucrinou a cabeça com a Poética de Aristóteles. Ora, tínhamos combinado com a Teolinda que essa matéria não vinha para a oral, mesmo porque ela valorizava mais a interpretação de poesia feita na escrita.
Moral da história: eu ia chumbando, mas nunca esqueci esta Senhora das letras.

25.1.06

Dr. Phill


Virei fã total do programa deste senhor, na Sic Mulher.
Acontece que ele aconselha nos mais intrincados casos de problemas conjugais, desleais, animais e outros mais, de uma forma completamente cativante e usando apenas o bem senso e muito charme.

24.1.06

Netas

As minhas netas trazem-me alegrias numa base diária.
A mais velha (20 meses) está uma senhora conversadora e deixa-me sempre uma dor no pescoço quando passa o dia comigo: é de pegar nesta boa arroba de gente sempre do mesmo lado.
A mais nova (6 meses) está a dar-nos a alegria que a mais velha deu, algures por volta da mesma idade: conhece-nos e ri-se para nós, apesar de não nos ver todos os dias.

23.1.06

Como é bom aprender!

Como é difícil aprender!
Numa Formação que fiz há uns anos, a formadora fez-nos notar a nós, professores, que muitas vezes já não nos lembramos de como é difícil aprender, já que isso envolve uma reavaliação de tudo o que conhecemos e/ou usamos até ao momento. Aprender significa abandonar velhos hábitos confortáveis e passar a utilizar novos. Por isso, talvez, se diz que "burro velho não aprende línguas".
Na altura, a formadora desafiava-nos a que recordássemos uma aprendizagem recente, tirar a carta, por exemplo.
Verifiquei essa verdade uns tempos mais tarde, ao tentar aprender algo de Grego.
Ao tentar ensinar Inglês ou Alemão aos meus alunos, tento sempre manter essa dificuldade na minha memória.

22.1.06

Citação de domingo

"Se só tens um pão, então tu és pobre.
Se só tens uma muda de roupa, então tu és pobre.
Se só tens um carro, então tu és pobre.
Se só tens uma casa, então tu és pobre.
Se só tens esta vida, então tu és pobre.
Deus quer enriquecer-te com a vida eterna."
(Anónimo)

21.1.06

20.1.06

Vou votar, sim!

Quanto mais não seja, para dar o meu contributo para que haja uma segunda volta.

19.1.06

E agora?

Em quem vamos votar desta vez?
O Jerónimo é o nosso vizinho atencioso, mas engoliu a cassete. Nele não votamos.
O Garcia Pereira parece um bom cidadão, mas é do MRPP. Não votamos nele.
O Francisco Louçã é o nosso primo revolucionário, mas quer pôr os gays a adoptar as criancinhas. Não votamos nele.
O Alegre é um poeta de Abril, mas já não há pachorra. Não votamos nele.
O Soares é o nosso avozinho preferido, mas de momento não há vagas no lar da 3ª idade. Não votamos nele.
O Cavaco percebe muito de contas, mas raramente se engana e nunca tem dúvidas. Não votamos nele.
E agora?

18.1.06

Finalmente Dakar!

Atravessado o deserto, chegámos finalmente ao nosso destino. Tarde demais e desclassificadas, mas cumprimos o nosso objectivo. Como já ninguém esperava por nós, pudemos apreciar apenas a desmontagem do circo. E, mais uma vez, ver o lixo que resta da civilização.
Felizes, demos uma boa volta pelo local, comprámos fruta africana, comêmo-la e metemo-nos num bom hotel para dormir cinco dias sem parar.
Ao levantar-nos, telefonámos à família, olhámos para o carro, entrámos e dirigimo-nos a sul, sempre para sul, até ao Cabo da Boa Esperança.

15.1.06

Citação II

"Blood, sweat and tears."
Winston Churchill

Citação de domingo

"Sola Scriptura
Sola Gratia
Sola Fide"
Martinho Lutero

13.1.06

Lisboa-Dakar II

Nesta nossa travessia do deserto, uma das coisas que mais me impressionam são os restos dos carros e motas dos que nos precedem e que vão ficando no trilho. Parece às vezes um verdadeiro cemitério da tecnologia. Até podemos dizer que nos enganámos no caminho quando deixamos de os ver. Fico a pensar no que sucederá a tanto lixo no fim do Rali.
A minha amiga T. estava mais ansiosa por vislumbrar as civilizações do deserto. Não tanto no deserto, mas mais nas zonas povoadas por que passamos. Isso para mim tem sido uma desilusão. De todo o lado surgem cabeças de gente para nos ver passar. Se paramos, os miúdos não nos deixam descansar, tentando que lhes demos umas moedinhas ou quaisquer objectos. O que deixamos inadvertidamente para trás é imediatamente apanhado. Se tentamos tirar umas fotografias, é difícil não apanhar garotos aos saltos por trás de nós.
Enfim, é a globalização, senhores!

12.1.06

Dr. Jekyll and Mr. Hyde


Esta é uma obra que dei várias vezes aos meus alunos do 12º ano, a propósito da época vitoriana.
Trata do Dr. Jekyll, um médico-cientista de reputação acima de toda a suspeita, que inventa uma beberagem que o transforma em monstro assassino. O bom dr. Jekyll não se consegue ver livre do pérfido Mr. Hyde e este não consegue completamente vencer o cientista. Esta luta entre o bem e o mal foi uma das tónicas do séc. XIX em Inglaterra.
Mas o que me faz pensar é que me parece cada vez mais que há em cada um de nós um Dr. Jekyll e um Mr. Hyde. Qual deles levará a sua avante? Acabaremos como na história de Stevenson?
Quem será a minha Mrs. Hyde?

11.1.06

Bem-vinda ao Inferno!

Disse o rapaz do 8º ano, ao entrarmos na sala onde eu lhes ia dar mais uma aula de substituição. Apenas sorri. Na sala, apenas metade da turma numa aula de Fotografia (as aulas que hoje há...) e a outra metade estava também com outra colega em substituição.
Pois, mal grado o cumprimento inicial, esta foi da turma que até agora mais gostei! Os rapazes e raparigas foram entrando, fui fazendo a chamada: miúdos de origem portuguesa, africana e dois chineses!
Conversámos, eles estiveram calmos e responderam às minhas perguntas, enfim: o que uma aula podia ser sempre e raramente é.
Por fim, são os únicos das substituições que me cumprimentam quando me vêem na escola.
Vou voltar para ali, sempre que puder escolher!

10.1.06

Lisboa-Dakar

A minha amiga T. desafiou-me a enfrentar as areias do Saara e eu decidi-me a acompanhá-la como navegadora.
Poupo-vos a descrição do sempre enfadonho início da viagem, mas aqui vai uma página do nosso diário de bordo.
Já sabia que o deserto era frio de madrugada, mas nunca imaginei um frio assim! Sobretudo, porque de dia foi aquecendo, aquecendo, aquecendo até a minha amiga, que teima em dizer que adora o verão, começar a suar por todos os poros e a maldizer tanto calor.
O carro em que vamos é o dela, pequeno, mas confortável e ela é uma óptima condutora. Digo eu, que não conduzo!
Eu levo é os mapas na mão. Algo que, no meio das dunas e contra-dunas, deixa completamente de fazer sentido.
O que nos vale realmente é uma invenção chamada Global Posiotioning Device. Sem isso, já estaríamos algures no chamado corno de África. As estrelas também podem ser úteis à noite, mas mais para inspirar poemas.
Que fazemos durante os trajectos? Ora! Pomos a conversa em dia e cantamos, cantamos tudo o que nos vem à garganta, desde o Aleluia de Haendel até ao Lá em Cima Está o Tiroliroliro.
E assim vamos atravessando o nosso deserto, sem nenhuma intenção de acompanhar os outros concorrentes. A Elizabete Jacinto desistiu? Nós nunca desistiremos!

9.1.06

Oprah!

Estive a ver um programa da Oprah dedicado aos mentirosos compulsivos. Um dos casos era o de uma mulher que fingiu ser casada com um soldado no Iraque, vindo mais tarde a encenar a morte dele e uma gravidez a acabar em aborto espontâneo. Com esta história, convenceu uma rádio local e outras organizações, até vir a ser descoberta.
A psicóloga de serviço tenta descobrir uma explicação por trás deste tipo de personalidade e, às tantas, diz algo que faz profundo sentido para mim.
É que, ao criar uma personalidade fictícia, o mentiroso põe em causa, entre outras coisas, a nossa própria capacidade de julgamento dos outros e da vida. Não é só o nosso relacionamento com aquela pessoa que é destruído ao descobrir-se a verdade, mas também a nossa própria confiança no mundo que nos rodeia.

8.1.06

À moda de

Um pouco à moda de Bertolt Brecht, decidi escrever o meu próprio

PRAZERES

O primeiro olhar da manhã pela janela
O velho livro reencontrado
Rostos sorridentes
A mudança das estações
O jornal, a revista, uma chávena de chá
Iogurte de caramelo. Sol no sofá
Um gato.
Encontrar velhos amigos
Música dos anos 60
Sapatos confortáveis
Compreender
Escrever, plantar
Caminhar, viajar
Andar de eléctrico
Cantar
Conversar.

7.1.06

A minha tradução

PRAZERES

O primeiro olhar da manhã pela janela
O velho livro reencontrado
Rostos entusiasmados
Neve, a mudança das estações
O jornal
O cão
A dialéctica
Tomar banho, nadar
Música antiga
Sapatos confortáveis
Compreender
Música nova
Escrever, plantar
Viajar
Cantar
Ser amigo.

6.1.06

Bertolt Brecht



Não resisto a transcrever um simples poema deste autor alemão, que vou dar aos meus alunos. Fornecerei uma tradução minha dele, da próxima vez, para quem não entende alemão.

VERGNÜGUNGEN

Der erste Blick aus dem Fenster am Morgen
Das wiedergefundene alte Buch
Begeisterte Gesichter
Schnee, der Wechsel der Jahreszeiten
Die Zeitung
Der Hund
Die Dialektik
Duschen, Schwimmen
Alte Musik
Bequeme Schuhe
Begreifen
Neue Musik
Schreiben, Pflanzen
Reisen
Singen
Freundlich sein.

5.1.06

Anjos

"O anjo do Senhor acampa-se em volta dos que O temem e os livra" (Bíblia).
Antes de uma viagem, pedi a Deus que cercasse o nosso carro dos Seus anjos, para que nada de mal nos acontecesse, nem a nós, nem aos outros.
Ao chegar ao destino, percebi que o que vinha dois carros atrás de nós era da Polícia, e à nossa frente ia um jipe da GNR.

4.1.06

Rotina

Ai que bem que sabe voltar à rotina de todos os dias!

3.1.06

Para 2006 desejo

mais daquelas boas surpresas em que Deus é pródigo.
Só não sei é se estou preparada para desejar aquelas que só vêm depois do sofrimento!

2.1.06

Coisas que eu gostaria de ter deixado em 2005

- Enxaquecas
- Tonturas
- Aulas de substituição
- Sala de Profs cheia de fumo
- Repetidamente ir ver blogs que me irritam
- Alguns (poucos...) defeitos meus

1.1.06

Citação de 1º de Janeiro

"O Senhor está neste lugar e eu não sabia!"
(Bíblia)