13.1.07

Tempestade de areia


Não sei se vos disse que, após uns dias de grande calor, temos noites muito frias no deserto. Ainda por cima, dormimos numas tendinhas que não nos isolam grande coisa da temperatura exterior. Uma madrugada destas, como não conseguia dormir por causa do frio, decidi deixar as belas adormecidas das minhas companheiras, vestir-me bem e sair.
O sol nascia grandiosamente sobre o acampamento ainda quase totalmente adormecido. Como tinha deixado a minha máquina fotográfica no carro, estou a usar esta foto dos Saharamet, uns jornalistas que me acompanharam nesta belíssima visão.
Mas, como diz um hino cantado nas igrejas evangélicas, "Bem de manhã, embora o céu sereno / Pareça um dia calmo anunciar / Vigia e ora, o coração pequeno / Um temporal pode abrigar!", no decorrer da viagem desse dia, começou a surgir uma neblina acastanhada muito estranha. Em breve, entrámos no que parecia ser uma núvem densa e o vento começou a açoitar o carro. "Chuva?!", exclamou a minha T. Mas não, não era chuva: era o próprio deserto que se voltava contra nós, em forma de tempestade de areia.
Parámos, fechámos tudo o que podíamos e esperámos. Quando aquilo passou, o nosso carro estava semi-enterrado na areia. Havia areia por todo o lado e passámos umas boas horas a tirá-la como podíamos. Felizmente, o motor tinha ficado voltado na direcção contrária aos ventos e pudémos seguir viagem.
Nunca se fiem num belo amanhecer!

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