Não me perguntem como é que deveria ser, porque eu não sei responder. Não é nada fácil avaliar um professor, porque há muitos factores em jogo. Talvez seja fácil avaliar um vendedor, talvez pela quantidade que vende, não sei. Talvez seja (ou não) fácil avaliar determinadas profissões. A nossa não é, de certeza.
Interessante, que dentro da escola, por exemplo, num grupo de leccionação ou num Conselho de Turma, sabe-se empiricamente quem é bom professor e quem o não é. Pode ser pelo que os alunos dizem, pode ser pelo que transborda da sala de aula, pode ser pela organização ou pelo caos do trabalho de um determinado professor. Mas dificilmente estas coisas servem como critérios de avaliação.
Há tipos de professor muito diferentes:
- Há o que se dedica à pedagogia, que está a par de todas as últimas correntes e que tenta aplicá-las às suas aulas.
- Há o que se dedica à organização escolar, que apresenta as melhores exposições / conferências / visitas de estudo / parcerias.
- Há o que explica bem e se desdobra para fazer os alunos entender e dominar a matéria.
- Há o que se dá totalmente aos alunos, que é mais pai / mãe que os próprios pais deles, que era capaz de os levar para sua casa até...
A anterior vigência no Ministério da Educação valorizou sobretudo os dois primeiros. Mas o que é a ciência pedagógica sem o verdadeiro interesse pelos alunos? O que é a organização de 'eventos' se não se é capaz de explicar decentemente a matéria?
Por tudo isto, é deveras complicado estabelecer um sistema de avaliação justo, que contemple o que é essencial na função docente e que permita a cada professor querer e melhorar a cada dia.
Desejo que algo como isto seja possível em breve.