Costuma-se dizer que Guimarães tem duas caras, como esta estátua da Praça da Oliveira documenta. Não se sabe ao certo a que se referem essas vozes, umas que à batalha de Ceuta em que uma parte dos vimaranenses lutou esforçadamente e outra fugiu, outras que a outras batalhas que incluem os vizinhos de Barcelos.
Quererá dizer que os vimaranenses, ou pelo menos alguns..., não são gente de palavra? Talvez sim, talvez não.
A minha família mudou-se de Viseu para lá em 1958, estava eu a completar os 10 anos. Foi quase como mudar para um outro país. Não só a moeda era diferente, tudo se contava às 'croas', como o vocabulário e a forma de estar na vida eram completa novidade para os meus pais. Nós filhos adaptámo-nos rapidamente. Era de facto uma gente muito alegre, no verão havia festa em cada canto que circundava a cidade. Muito orgulhosos, e com justiça, da sua bela cidade. Muito fechados às novidades, uma das quais éramos por exemplo nós, os protestantes. E muito difíceis de cumprir em compromissos como prazos de entrega de qualquer coisa, nem que fosse do conserto de uns sapatos. Isso exasperava os meus pais.
Nada disso obstou a que ainda hoje a cidade de Guimarães seja para mim uma das "minhas terras". Voltar lá é sempre matar um mar de saudades.
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