31.3.14

Partir

Eu devia ter 6, 7 anos. Foi na Igreja Baptista de Viseu que foi projectado um filme que me impressionou vivamente. Perdoem-me se alguns pormenores estão já esbatidos. Era um jovem casal que sentiu que Deus o chamava para uma missão. Durante um certo tempo, eles foram-se preparando para seguir a chamada. Mas o tempo foi correndo, nasceu uma criança e eles habituaram-se à rotina diária, deixando o sonho da missão para trás. Mas a criança adoeceu e foi essa doença que os fez despertar para a missão esquecida. Já não recordo se a criança sobreviveu ou não; lembro-me bem da parte final do filme, quando o casal volta a entregar-se de coração para partir para outra terra, cantando o hino nº 298 do Cantor Cristão:
Nem sempre será para o lugar que eu quiser
Que o Mestre me tem de mandar.
É tão grande a seara já a embranquecer
A qual eu terei de ceifar.
Se pois a caminho que nunca segui
A voz a chamar-me eu ouvir
Direi: “Meu Senhor dirigido por Ti
Irei Tua ordem cumprir.”
Eu quero fazer o que queres, Senhor
Farei sustentado por Ti
E quero dizer o que queres, Senhor,
Que o servo Teu deva dizer.

Alguém dentre nós partir em missão não é de modo algum novidade para mim: o meu próprio pai também foi missionário. Toda a minha vida convivi com missionários estrangeiros, que tinham deixado o conforto das suas terras e famílias para vir ajudar-nos em Portugal.
Por isso, saber que a minha filha Sara e sua família se preparam para partir em missão para a República Checa não me é especialmente penoso, até antes pelo contrário. Se é Deus quem os envia, só posso estar feliz que eles obedeçam. Num país que vê emigrar tantos jovens em busca de melhores oportunidades, sinto que me coube a melhor parte.
“Como te sentes?”, perguntaram-me ontem, depois de uma despedida na nossa igreja.
“Sinto-me bem”, respondi por todas estas razões. Claro, as saudades vão apertar, mas o Senhor que os leva também mora aqui.

9 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito do teu artigo Nice.
é claro que o Deus que os enviou também vai cuidar deles e das crianças,e vai suprir todas as necessidades que possam surgir.

Anónimo disse...

A partida daqueles que amamos é sempre triste.
Ainda mais trsite sāo os teus netinhos que não vais poder acompanhar o seu crescimento. Mas a distâcia nāo é assim tāo grande.
Depois da missāo, eles vāo voltar.
Para eles tudo de bom. E que a vontade do Senhor seja cumprida.
Felicidades ...

Nela disse...

comadre, amiga e irmã somos umas mães muito abençoadas pelos nossos filhos e netinhos serem enviados missionários rogo para que a sua vida seja luz para muitas almas que vão conhecer JESUS.
Em Junho estarei lá para os visitar e conhecer o lugar que Deus preparou para eles.
beijinhos

Anónimo disse...

Que o Senhor seja com eles, por quer que eles andarem.
É um privilégio ter filhos que servem de forma fiel ao Senhor.
Deus os acompanhe
Beijinho

Florbela

Mamã Úria disse...

Parece que estou a ver o dito filme e como me lembro bem dele, arrepiei-me...
O Senhor quando chama, trabalha também na família, logo a postura da Nice ser a de uma verdadeira serva: "Faça-se Senhor a Tua vontade!"
Grande abraço e a certeza das minhas orações
Madalena

Adriana disse...

Ámen. Não é nada fácil, mas é essa a visão certa. Um abraço.

Maria disse...

Amiga, realmente não há longe quando é Deus que envia... e o amor consegue, sempre, ultrapassar o tempo.
Que Deus abençoe toda a família e faça frutificar o ministério a que chamou essa vossa parte.
Abraços.

Avozinha disse...

Obrigada pelo vosso apoio e orações. Só gostava de saber quem escreveu os 2 primeiros...

Rute disse...

Olá! Gostei do que disseste sobre o que é ser missionário! Também me lembrei do tal filme visto em Viseu,sendo eu mais pequena que tu fiquei deveras impressionada! De facto o bebé morreu! A Maximina chorou bem! Dá que pensar. Seja feita a vontade do Senhor! Beijinho,coragem. Mana