30.9.06

A Maria


A minha neta Maria, com dois anos, passou a sua primeira noite fora, longe dos pais, precisamente na casa destes orgulhosos avozinhos. Orgulhosos pela confiança demonstrada por ela à saída dos pais, pela facilidade com que adormeceu na nossa cama para ser depois transportada para a sua, pela alegria com que nos saudou pela manhã depois de uma bela noite de sono. Ocasionalmente perguntou pelo papá e pela mamã, mas como lhe tinha sido dita a verdade, aceitou muito bem a repetição dessa mesma verdade.
E agora, que voltou para a sua casa, já temos saudades...
(Na foto, um pouco de Canal Panda no intervalo de muitas brincadeiras).

27.9.06

Da educação

Ainda acerca o meu 'post' anterior, volto à carga à educação em Portugal. Quer-se apenas conseguir sucesso pelo mais baixo preço. Lamento informar, senhora ministra, mas não há almoços grátis.
Para haver sucesso é preciso haver seriedade. As leis que permitem que um aluno transite de ano para ano com negativa são uma forma certeira de conseguir que ele vá ter completo insucesso lá mais para a frente.
Uma aluna como a M. que mencionei ontem estárá provavelmente a sentir-se totalmente perdida na aula de Inglês: não entenderá nada do que digo, não perceberá as palavras que vão sendo escritas no quadro, ficará perplexa a olhar para o primeiro texto do manual. E o mais grave é que não será a única. Ela, porque veio do estrangeiro, outros, a quem foi permitido matricularem-se no nível 6 quando não chegaram a fazer o 5, o 4, o 3, o 2 ou até o 1.
Assim é impossível!

26.9.06

A minha aluna M.

10º ano, Inglês, nível 6. Vou iniciando as habituais revisões gramaticais e observando a forma como os alunos reagem a elas. Dou de caras com a M., 15 anos, acabadinha de chegar da Guiné Bissau. Calada, envergonhada, copia tudo o que escrevo no quadro e tenta laboriosamente cumprir as tarefas que proponho. Todos os alunos vão à vez ao quadro, escrever a sua parte. Chega a vez da M. Tenta arranjar uma desculpa para não ir. Vou ao lugar dela e ajudo-a a chegar ao que é suposto escrever no quadro. Levanta-se e vai. Primeira grande barreira: o quadro é de material sintético e escreve-se nele com um marcador que a M. não sabe abrir. Os colegas riem e dão-lhes sugestões: "Tira a tampa! É uma caneta!" A M. não consegue. Socorro-a rapidamente e ela cumpre satisfatoriamente a sua incumbência.
No fim, fico a falar com ela: que na Guiné só teve dois anos de língua inglesa. Ora dois de Inglês em Portugal podem ser uma desgraça; como serão na Guiné? Como vai enfrentar o nível 6, se já não aguenta as revisões de nível 3/4 que estou a fazer? Proponho-lhe trocar de língua, para Francês que já teve, ou iniciar Alemão. Responde-me que quer aprender Inglês. Que mais posso fazer? Fica, M., vamos à batalha!

25.9.06

Sempre



a nossa Migas!

24.9.06

Citação do fim de semana

"Quando observo o que Deus está a fazer na vida de outras pessoas, descubro com surpresa o que Ele também está a fazer na minha vida."

23.9.06

Citação

"Os sucessos ou os insucessos dos nossos empreendimentos não são a medida da vontade de Deus".
Joaquim Rogério
(ontem na minha igreja)

22.9.06

Outono

É com este belíssimo quadro de Mary Cassatt, "Autumn", que dou as boas vindas ao Outono:

21.9.06

Alemão Iniciação

Já há muitos anos que não dava a iniciação da língua. Comecei hoje: Guten Tag / Eins, zwei, drei / Auf Wiedersehen. Muito engraçada a reacção dos alunos à nova sonoridade do discurso que sai da cassete áudio, à pronúncia que acham difícil, à surpresa perante palavras com 15 letras! O embaraço pela minha exigência de todos dizermos os números em coro...
E de novo a paixão pelo ensino no seu estado mais puro: ensinar algo novo a quem não sabe rigorosamente nada!

20.9.06

1º dia de aulas

Ontem foi o meu primeiro dia de aulas a sério deste ano, o primeiro do meu 37º ano de serviço. Ao chegar à escola às 8 da manhã, a funcionária tem um recado para mim: tenho aula de substituição às 10! Enfim: o que eu mais detesto nas novas coordenadas nas escolas 'ataca-me' no primeiro dia de escola, quando ainda ninguém tem sequer essas aulas marcadas no horário (e eu também não).
Correu tudo bem: era um 11º ano de Alemão, poucos alunos a chegar às pinguinhas, ainda não conhecem a professora deles, mas ela tinha deixado a planificação da aula e não houve problemas. Foi mais uma amena conversa com os alunos.

19.9.06

35 anos de casados!


Dedico esta pintura de Eva Armisen ao meu marido, companheiro de décadas.

17.9.06

A Palavra


Esta é a minha Bíblia mais usada, com iluminura de Mena W.
Isaías 40.

16.9.06

Regresso à escola


Infelizmente, a minha escola dos subúrbios não tem nada a ver com esta nos carvalhais, pintada por Criss Pagani; no entanto a imagem representa bem esta época de fim de verão, início de outono, em que as árvores vão mudando de cor e perdendo as folhas que estalam debaixo dos nossos pés, o friozinho surge, o sol irrompe na minha sala, dourado, ao entardecer e a vida está a recomeçar.
É uma época de que gosto muito.

15.9.06

14.9.06

Cabo Verde



Acabei de receber este livro escrito pela minha amiga Aida e li-o de um fôlego só. Trata-se de uma homenagem que a autora faz ao seu pai, já com 91 anos, escrito em linguagem ingénua e cheia de "sôdade".
A Aida, sua irmã Fernanda, também a Graça e sua mãe D. Teresinha passaram algum tempo connosco, na minha juventude. Também o seu pai e um dos irmãos passaram um tempinho lá em casa. Recordo bem as discussões que travávamos com a Aida, eu e a minha irmã, acerca da posição da janela durante a noite. O casamento da Fernanda, de nossa casa. As lições de moralidade da D. Teresinha, se alguém perdia o comboio...
Com esta família aprendemos a conviver de perto com a diferença de cultura mas a igualdade de coração, num tempo em que havia muito poucos cabo-verdianos em Portugal.
Por isso, ao ler o livro, eu, que nunca estive em Cabo Verde, pareço reconhecer a casa que ela tão bem descreve, o Liceu do Mindelo, a Baía das Gatas.
Transcrevo uma passagem do livro:
"O marido ganhava para o sustento da casa, mas a mulher acompanhava de perto as necessidades diárias do lar.
Por isso, soltava-se muitas vezes a impaciência de D. Teresinha e de imediato e ainda bem, a sabedoria, o sangue frio à mistura com um pouco de bom-humor apimentado do marido que tentava através da música que ele próprio cantarolava, serenar os ânimos.
Ô Tirisinha dnher d'Angola já cabá"

Aida, um abraço à Cabo Verde!
"Vuzinha"

13.9.06

DN de ontem

"O actor Brad Pitt afirmou que não irá casar com Angelina Jolie até que sejam levantadas as restrições sobre quem pode ou não casar" no seu país. Não sabemos a quem se refere o famoso actor, sequer se o Manel quer casar com a Maria, se o Bobby com a Fifi ou o Tareco com a Tareca. Só sabemos é que quem paga as favas da militância de Brad é a pobre Angelina! Se é que alguma vez ela quererá casar com ele!

12.9.06

RTP, Prós e Contras de ontem

Mário Soares lança uma acusação comum a Bush e aos "conversos islâmicos": eles falam com Deus!
Provavelmente, Soares tem razão: todos devíamos mais era ouvir Deus.

11.9.06

WE WILL NEVER FORGET

No Comments

"Quando o dia rompeu, íamos a atravessar New Jersey disparados, com a grande núvem da metrópole nova-iorquina a erguer-se diante de nós, ao longe, no horizonte nevado. Dean levava uma camisola enrolada à volta das orelhas para se agasalhar. Disse que éramos um grupo de árabes que íamos mandar Nova Iorque pelos ares."
"PELA ESTRADA FORA" ("On the Road"), Jack Kerouac, 1957.

7.9.06

Pai mágico

Andava eu com tantas saudades das aventuras e desventuras deste falso 'pai', aqui desmascarado. Apenas uma tradução (parca e pobre) de um bom blog estrangeiro, roubando algumas das fotos, e nem sempre as melhores. Caro 'pai': se por aqui passares, "get a life"! Ah, as meninas estão florescentes aqui.

6.9.06

Revelação

Obtida a autorização das respectivas mães, eis-me aqui a desvendar os nomes das minhas netinhas. Tcham tcham tcham!
A M. é a Maria, a J. é a Joana e a próxima M. é a Marta!

5.9.06

A terceira neta

Muitos dos que me lêem já sabem que vou ter uma outra netinha, querendo Deus, em Novembro. O problema é que vai chamar-se M. Ora já a mana dela é M. Quero dizer: o nome não é o mesmo, mas começa pela mesma inicial.
Assim sendo, aceito sugestões de como me referirei a elas no futuro. Se M1 / M2, ou talvez Maior / Menor ou ainda, imitando esta mãe, Maius / Minus!

4.9.06

Saramago



Acabei de ler este livro, de que gostei muito. Saramago sabe mesmo prender-nos à leitura. Destaco:
"O que penso é que já estamos mortos, estamos cegos porque estamos mortos, ou então, se preferes que diga isto de outra maneira, estamos mortos porque estamos cegos." "Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem."

Embora Saramago se professe ateu, não posso deixar de estabelecer o paralelismo com a cegueira espiritual e a morte mencionadas na Bíblia, quando diz:
"Estando nós mortos, por causa das nossas culpas, Deus deu-nos a vida por meio de Cristo Jesus." "Levanta-te, tu que dormes, ressuscita, tu que estás morto, e a luz de Cristo brilhará sobre ti."

3.9.06

As minhas netas lindas


A mais nova seguindo a mais velha.

2.9.06

"Bòjinha, ponha a muca!"

Tradução: "Avozinha, põe a música!"
A minha neta M., dois anos e pouco, ainda tem alguns problemas com o verbo pôr/'ponhar'.
Há uns largos meses atrás, ela nunca se calava e no seu discurso ininterrupto apareciam de vez em quando umas palavras entendíveis. Agora já se entende tudo o que diz, frases longas com uma gaguez ocasional quando não lhe sai logo a palavra que quer usar. Já não precisa de deitar cá para fora a série de sons sem nexo de há tempos atrás, em que eu lhe dizia: "M., falaste em chinês, diz agora isso em português!"
Subitamente, há dias, no meio do discurso que nunca pára, sai-se com um regresso ao discurso em "chinês" e ri-se à gargalhada perante o meu ar de incompreensão. Está a gozar!
Uma gozona, esta miúda!

1.9.06

Setembro

Um dos meses de que gosto muito, do calor que passa a calorzinho, das cores quentes, do regresso a casa, ao trabalho. Deixo-vos "September", de Andrew Criss: