31.1.14

Sou tia-avó!

E, pela primeira vez, de uma menina do meu lado da família: a Joana nasceu hoje e estamos todos felizes! Que Deus te abençoe, pequenina!

30.1.14

Eu, os Gatos, as Visitas

Não vou pendurar este cartaz em minha casa e explico porquê.

1. Sim, esta casa também pertence às minhas gatas, eu sou o que se pode chamar "a cat lover", mas gosto que os meus amigos se sintam bem recebidos aqui.
2. Para os amigos se sentarem, eu tiro as gatas dos sofás e das cadeiras.
3. Antes de os amigos chegarem, retiro os pelos dos sofás e das cadeiras.
4. Se os amigos têm medo de gatos, eu levo as minhas gatas  para a marquise.
5. Se algum amigo é alérgico a gatos, eu mesma vou buscar um anti-histamínico.
6. Os meus amigos não precisam de enxotar as minhas gatas, basta dizer-me.
7. Se uma das minhas gatas escolhe o colo de um amigo, é sinal de confiança nele. Mas pode sempre colocá-la no chão.
8. Também eu não gosto que as minhas gatas andem sobre a mesa posta ou arranhem os sofás.
9. Sim, elas são só gatas. Embora parte da família, os humanos vêm sempre primeiro.
10. Alimento e cuido das minhas gatas e gosto muito delas. Também falo com elas. Mas os amigos serão sempre mais importantes.

28.1.14

Oração da Cozinha

Deus dos tachos e panelas:
Não tenho tempo para estar
Envolvida em santidade
Durante horas a orar,

Em leituras e cantares
Junto do céu a sonhar.
Faz-me santa na cozinha
A lavar e a cozinhar.

Faz que eu tenha as mãos de Marta
E o coração de Maria.
Enquanto engraxo sapatos
Contemplar-te só queria.

Vejo a terra que pisavas
Enquanto eu lavo o chão
Não tenho tempo para mais.
Te entrego a minha oração.

Aquece a minha cozinha
Com teu amor, Tua paz.
Perdoa-me a resmunguice
Que a preocupação me traz.

Tu que alimentaste tantos
Sentados junto do mar
Aceita o meu pobre serviço
Com que Te quero adorar.



de Klara Munkres (minha tradução)

23.1.14

"Receita Para Fazer Uma Avó"

"Tome-se o peso de algumas dezenas
De anos de idade,
Igual peso de saberes experimentados
Q.b. de ternura
Uma raspa de amargura
E uma pérola de saudade.
À parte, em banho-maria,
Prepare-se uma calda de bom humor
Com um cálice de alegria
A ponto de caramelo.
Adicione-se um punhado de beijos
Ligeiramente tostados,
E três boas colheradas
De paciências já moídas
Batidas em castelo
Bem firme.
Juntam-se os dois preparados
Envolve-se tudo com amor
Suavemente
Até ficar um creme
Coze lentamente
A boa temperatura
Em forma untada de sorrisos derretidos.
No fim,
Polvilhe-se
Com açúcar mais que amado, em pó,
Decore-se
Com um sopro de fantasia...
Eis uma avó.
Serve-se com chá de simpatia.

Maria Augusta Silva Neves
( no livro de Português da minha neta Joana)

14.1.14

Foi nas urgências do hospital.

Aquele lugar onde ficamos sentados durante horas, muito atentos, à espera de ouvir o nosso nome ou o nome de quem acompanhamos, para ir ao RX, às análises ou ao médico.
Ela estava sentada numa cadeira de rodas, pequena, velhinha e frágil no robe caseiro que a embrulhou para vir ao hospital. Ele estava de pé, por trás dela, de meia idade, alto e forte. Desfolhava com alguma indiferença vários documentos médicos da mãe, até que chegou a um, que lhe mostrou que ela tinha faltado a uma consulta no mês passado.
Confrontou-a pelas costas, em voz suficientemente alta para toda a sala o ouvir:
- Mãe, com que então resolveu faltar a mais uma consulta! Não lhe apeteceu sair, não foi?
A resposta da senhora foi inaudível e ela foi-se encolhendo cada vez mais na cadeira de rodas e no seu velho robe, talvez a ver se ninguém dava por nada. Esta cena durou o suficiente para todos entenderem o que se passava.
Eu não conhecia as pessoas, mas só imaginava esta senhora como jovem mãe toda feliz a cuidar do seu bebé menino com carinho.
Quando somos velhos e estamos esquecidos e estafados, nem todos temos quem cuide de nós com o mesmo carinho. É triste.

1.1.14

... e um abençoado ano novo!

Para todos os que por aqui passarem.