Tive o prazer de conhecer este homem já nos últimos anos da sua vida. Eric Barker foi um dos pioneiros da evangelização no nosso país, à qual dedicou toda a sua vida. Com os devidos respeitos, transcrevo aqui o artigo sobre ele publicado pela minha amiga Mimi no seu blog "maria-elevive.blogspot.com".
"Para mim é uma honra ter conhecido e
privado com grandes servos de Deus que, vivendo em condições sociais, políticas
e religiosas bem diferentes das actuais, nunca deixaram de lutar pela
divulgação do evangelho.
Hoje venho cumprir uma promessa que aqui fiz (20.10.12) e falar de Eric Barker.
Nascido num lar cristão, em Inglaterra, a 23 de Janeiro de 1899, entregou a sua vida a Cristo quando tinha 7 anos de idade.
A partir daí, apesar de ainda criança, fez da oração a sua arma. Este foi o homem que, com uma doçura incomparável, se dirigia a Deus com o seu belo sotaque inglês: “Aba, Pai, meu Paizinho querido”.
Desde a adolescência colaborou activamente na igreja, a nível da Escola Dominical e na realização de cultos ao ar livre, mas foi aos 21 anos, depois de ter servido na marinha durante a I Guerra Mundial, que decidiu dedicar a sua vida à obra do Senhor.
Entretanto, sentindo-se atraído pelo campo missionário, veio para Portugal, por influência do testemunho de seu pai que tinha estado no nosso país e conhecia as carências espirituais aqui existentes.
Uma vez em Portugal, teve contacto com outros dedicados obreiros ingleses a residir no nosso país, aprendeu português com José Ilídio Freire (Igreja das Amoreiras - Lisboa) e ao fim de três meses já pregava na nossa língua. Foi nessa altura que rumou ao norte, para a zona de Ílhavo, onde já havia alguns crentes e começou a fazer cultos nas casas e ao ar livre.
Aos 24 anos, depois de ter alargado a sua acção a outras localidades do distrito de Aveiro, fixou ali residência e deslocou-se a Inglaterra para casar.
Numa altura em que Portugal vivia no obscurantismo espiritual e havia perseguição religiosa, Eric Barker foi um dos bravos que nada temeram, mesmo perseguido, insultado e apedrejado, continuou fiel ao seu Deus. Com uma carroça puxada por uma mula (oferta de alguns crentes da zona sul), percorreu vários lugares do país para distribuir folhetos, vender Bíblias, pregar o Evangelho e cantar hinos tocando ao som do seu bandolim.
Com todos os obstáculos, o trabalho ia dando frutos, almas rendiam-se aos pés de Cristo e formavam-se comunidades de culto.
Entretanto, teve de arranjar um trabalho secular (contabilista) para sustentar a família que estava a aumentar (chegou a ter oito filhos), mas nunca deixou o serviço para que Deus o chamara. Em 1935 fixou residência na Foz do Douro e adaptou o piso inferior da casa a salão de cultos.
Em 1941, no apogeu da II Guerra Mundial, aceitou a sugestão do consulado britânico e embarcou toda a sua família (mulher, filhos e outros parentes) com destino a Inglaterra. Porém, o barco foi torpedeado por um submarino alemão e afundou-se. Toda a família sucumbiu.
Eric Barker recebeu a notícia a um Domingo… quando chegou a hora do culto foi para a igreja, pregou e, serenamente, participou: “Todos os meus queridos já chegaram ao lar Celestial!”
Sem se deixar afundar na tristeza das perdas, sem medo da repressão político-religiosa, sem temer as dificuldades sociais provenientes da guerra, manteve-se firme, dedicando todo o seu tempo à defesa do Evangelho e à salvação de almas. Toda a zona de Coimbra, Aveiro e Porto, foi alvo preferencial da sua acção e muitas das igrejas existentes tiveram a sua influência.
Em 1946 Eric Barker casou em segundas núpcias com a jovem Beryl (18 anos mais nova) e Deus deu-lhe mais cinco filhos. Juntos prosseguiram na realização da obra, dando formação, pregando e dirigindo vários trabalhos de consolidação do ministério.
Hoje venho cumprir uma promessa que aqui fiz (20.10.12) e falar de Eric Barker.
Nascido num lar cristão, em Inglaterra, a 23 de Janeiro de 1899, entregou a sua vida a Cristo quando tinha 7 anos de idade.
A partir daí, apesar de ainda criança, fez da oração a sua arma. Este foi o homem que, com uma doçura incomparável, se dirigia a Deus com o seu belo sotaque inglês: “Aba, Pai, meu Paizinho querido”.
Desde a adolescência colaborou activamente na igreja, a nível da Escola Dominical e na realização de cultos ao ar livre, mas foi aos 21 anos, depois de ter servido na marinha durante a I Guerra Mundial, que decidiu dedicar a sua vida à obra do Senhor.
Entretanto, sentindo-se atraído pelo campo missionário, veio para Portugal, por influência do testemunho de seu pai que tinha estado no nosso país e conhecia as carências espirituais aqui existentes.
Uma vez em Portugal, teve contacto com outros dedicados obreiros ingleses a residir no nosso país, aprendeu português com José Ilídio Freire (Igreja das Amoreiras - Lisboa) e ao fim de três meses já pregava na nossa língua. Foi nessa altura que rumou ao norte, para a zona de Ílhavo, onde já havia alguns crentes e começou a fazer cultos nas casas e ao ar livre.
Aos 24 anos, depois de ter alargado a sua acção a outras localidades do distrito de Aveiro, fixou ali residência e deslocou-se a Inglaterra para casar.
Numa altura em que Portugal vivia no obscurantismo espiritual e havia perseguição religiosa, Eric Barker foi um dos bravos que nada temeram, mesmo perseguido, insultado e apedrejado, continuou fiel ao seu Deus. Com uma carroça puxada por uma mula (oferta de alguns crentes da zona sul), percorreu vários lugares do país para distribuir folhetos, vender Bíblias, pregar o Evangelho e cantar hinos tocando ao som do seu bandolim.
Com todos os obstáculos, o trabalho ia dando frutos, almas rendiam-se aos pés de Cristo e formavam-se comunidades de culto.
Entretanto, teve de arranjar um trabalho secular (contabilista) para sustentar a família que estava a aumentar (chegou a ter oito filhos), mas nunca deixou o serviço para que Deus o chamara. Em 1935 fixou residência na Foz do Douro e adaptou o piso inferior da casa a salão de cultos.
Em 1941, no apogeu da II Guerra Mundial, aceitou a sugestão do consulado britânico e embarcou toda a sua família (mulher, filhos e outros parentes) com destino a Inglaterra. Porém, o barco foi torpedeado por um submarino alemão e afundou-se. Toda a família sucumbiu.
Eric Barker recebeu a notícia a um Domingo… quando chegou a hora do culto foi para a igreja, pregou e, serenamente, participou: “Todos os meus queridos já chegaram ao lar Celestial!”
Sem se deixar afundar na tristeza das perdas, sem medo da repressão político-religiosa, sem temer as dificuldades sociais provenientes da guerra, manteve-se firme, dedicando todo o seu tempo à defesa do Evangelho e à salvação de almas. Toda a zona de Coimbra, Aveiro e Porto, foi alvo preferencial da sua acção e muitas das igrejas existentes tiveram a sua influência.
Em 1946 Eric Barker casou em segundas núpcias com a jovem Beryl (18 anos mais nova) e Deus deu-lhe mais cinco filhos. Juntos prosseguiram na realização da obra, dando formação, pregando e dirigindo vários trabalhos de consolidação do ministério.
Foi,
juntamente com outros crentes de todo o país, um dos grandes impulsionadores da
Convenção Beira-Vouga, onde algumas vezes o ouvi pregar.
Também, até à minha juventude, o ouvi e mantive contacto, sempre que se deslocava ao sul.
Era uma inspiração!
O meio evangélico português muito deve a este servo de Deus, gratidão que se estende a vários outros missionários ingleses que trouxeram a Palavra de Deus até nós no princípio do século passado.
Erick Barker morreu a 09 de Julho de 1989."
Também, até à minha juventude, o ouvi e mantive contacto, sempre que se deslocava ao sul.
Era uma inspiração!
O meio evangélico português muito deve a este servo de Deus, gratidão que se estende a vários outros missionários ingleses que trouxeram a Palavra de Deus até nós no princípio do século passado.
Erick Barker morreu a 09 de Julho de 1989."
“E o seu Senhor lhe
disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” – Mateus 25:21
4 comentários:
Querida Eunice
Ah! também publicou!?
Eu fiz o mesmo lá no meu cantinho.
E, sabe que, num comentário lá deixado por um Pastor amigo - Orlando Arraz, do Brasil, este grande servo de Deus - deveria constar na Galeria dos heróis da fé, em Hebreus capitulo 11.
Interessante!
Um abraço
Viviana
Obrigada, Viviana! Foi no seu Cantinho que encontrei pela primeira vez...
Eunice, não sei se conheceste a Beryl (amada esposa e companheira de trabalho missionário de Eric Barker). Ela morreu a 13 de Dezembro passado.
Grandes e fiéis servos de Deus.
Não, não conheci a esposa :(
Quando o vi na Igreja de Cedofeita, ele estava sozinho...
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