Rebeca

Hoje lembrei-me da minha amiga Rebeca, ou melhor, da nossa amiga Rebeca, já que era amiga de tanta gente. Esse era sempre um dos motivos de espanto meu.
A Rebeca trabalhava no aeroporto de Faro, onde era sobejamente conhecida. Tinha trocado a carreira de professora de Francês por aquela actividade.
A imagem melhor que tenho dela é a sua chegada a um Acampamento. Onde todos vinham de ganga e ténis, ela fez uma entrada em grande estilo: vestido elegantérrimo, saltos altos, capeline na cabeça. Toda a gente embasbacada a olhar para a figura!
E depois, era a pessoa mais simples e mais amiga que podem imaginar.
Convidou-nos várias vezes para o seu apartamento em Faro. Infelizmente, não fomos a tempo de aceitar: teve uma morte trágica, muito jovem ainda. Na altura, li um artigo no jornal em que alguém lamentava a falta que ia fazer o seu sorriso no aeroporto de Faro.
Li hoje no profeta Isaías de uma nova Jerusalém onde já não haverá lágrimas. Temos lá um encontro marcado, Rebeca!