Z., chamemos-lhe Zé, exerce o seu 'métier' com grande capacidade. Infelizmente, já que é inspector das finanças, a sociedade não aprecia a sua dedicação e acusa-o, à boca pequena, de efectuar as suas inspecções de acordo com somas avultadas que lhe possam ser postas à disposição. Outros tempos e lugares, obviamente...
Certo dia a atenção do Zé é despertada pelo movimento inusitado na cidade, causado pela chegada de uma cabeça coroada, de visita, vinda de um país distante. Os media e a população, igualmente ansiosos por captar uma boa visão do acontecimento, acotovelam-se na praça central.
Ora o Zé não gosta de empurrões, mas também gostaria de ver o tal rei. O tumulto e a sua pequena constituição física não lho permitem. Daí, sobe a um prédio em contrução, de onde verá melhor que ninguém.
O cortejo chega: vários batedores de mota, vários carros oficiais, o costume. O rei vem num descapotável e tão à vontade que nem vidros à prova de bala há.
A quantidade enorme de gente faz parar o veículo mesmo no meio da praça, junto ao prédio onde está o Zé. "Se eu fosse fotógrafo," pensa ele, "tinha a minha vida feita com o que podia ganhar com as fotos tiradas daqui." Sempre a preocupação com o dinheiro e nem imagina o que está prestes a acontecer-lhe.
O rei sai do carro: espanto! Os guarda-costas esforçam-se por circundá-lo, mas em vão.
Ele dirige-se ao prédio em construção e grita:
"Zé, que fazes aí? Vem falar comigo!"
O Zé desce, salta, desliza numa pressa, toda a sua vida posta de parte, porque o rei quer ser seu amigo!
O resto da história podem lê-la na Bíblia.
2 comentários:
Zé Milho?
Gosto da adaptação
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