"Quousque tandem, Endemol, abuteris patientia nostra?"
(Citação de Cícero, cuja paciência se tinha esgotado com Catilina)
31.5.07
30.5.07
Passarinho morto
Apareceu um passarinho morto no meu jardim. Este facto, só por si, fez-me lembrar a minha amiga J., que chora "por cada pulga que morre em sua casa".
O pássaro tinha umas penas amarelas, portanto não devia ser um dos muitos pardalitos que saltitam na rua.
Deve ter sido apanhado por um gato, que mo trouxe tipo presente e me obrigou a fazer-lhe o funeral no depósito do lixo.
Ora eu gosto muito de gatos, mas também aprecio a vida das aves, especialmente das que vivem em liberdade. Tudo isto me faz pensar naquele dia em que, segundo o profeta, "o lobo habitará com o cordeiro, o leopardo deitar-se-á junto do cabrito, o vitelo e o leão pastarão juntos; até uma criança pequena os conduzirá."
O pássaro tinha umas penas amarelas, portanto não devia ser um dos muitos pardalitos que saltitam na rua.
Deve ter sido apanhado por um gato, que mo trouxe tipo presente e me obrigou a fazer-lhe o funeral no depósito do lixo.
Ora eu gosto muito de gatos, mas também aprecio a vida das aves, especialmente das que vivem em liberdade. Tudo isto me faz pensar naquele dia em que, segundo o profeta, "o lobo habitará com o cordeiro, o leopardo deitar-se-á junto do cabrito, o vitelo e o leão pastarão juntos; até uma criança pequena os conduzirá."
29.5.07
Dia dos Vizinhos
(imagem de bellymun)
Vizinhos? Vizinhos era o que tínhamos na minha infância. Aqueles de cujos quintais vinham as peras e as ameixas e a quem íamos levar as nossas uvas. Vizinhos eram a Crisalinha, filha da Virgininha; a Licinha, filha da Elisinha; a Nelinha, a Nini e a Leninha, filhas da senhora dos correios. Com elas, eu a e a minha irmã corríamos a rua, preparávamos jantarinhos numa fogueira no nosso quintal ou no de uma delas. Vizinhos eram esses que nos levavam a uma semana de férias na sua casa alugada na Póvoa de Varzim, durante o mês de Setembro. Vizinhos eram esses, que só muitos anos mais tarde soubémos que sofreram também por se darem com os Protestantes.
Vizinhos eram os de Guimarãos da minha infância.
28.5.07
25.5.07
Ainda sobre o tema de ontem
O professor Fernando Charrua afirma ter sido delatado por um colega seu e amigo de há 15 anos, com quem tinha muitas afinidades. Como se costuma dizer, com um amigo assim, venham lá os inimigos!
Uma ou outra vez na minha vida também eu já me senti traída por amigos, ou melhor, por "amigas". Conheço o sabor amargo da confiança atraiçoada. Posso imaginar o que sente o colega Fernando.
Como é que alguém atraiçoa um amigo, contando o que ele disse ou até aumentando e mentindo, como é que consegue fazer isso, com que secretos interesses o fará? Será capaz de voltar a olhar o atraiçoado nos olhos? Ou ver-se ao espelho?
Uma ou outra vez na minha vida também eu já me senti traída por amigos, ou melhor, por "amigas". Conheço o sabor amargo da confiança atraiçoada. Posso imaginar o que sente o colega Fernando.
Como é que alguém atraiçoa um amigo, contando o que ele disse ou até aumentando e mentindo, como é que consegue fazer isso, com que secretos interesses o fará? Será capaz de voltar a olhar o atraiçoado nos olhos? Ou ver-se ao espelho?
24.5.07
22.5.07
Ainda a Suíça
Há quem considere que passar um fim de semana na Suíça é coisa de gente fina. Eu diria que é mais de gente "low-cost"...
Fui à Suíça em parte para o baptizado de uma sobrinha-neta.
Ao chegarmos à igreja, não deixei de notar a ironia de estar na pátria de Zwingli e onde Calvino fundou a sua igreja e eu ter que ir a uma igreja católica!
O baptizado ocorreu no final da missa das 11. Quando chegámos, as pessoas saíam: entre vinte e trinta, quase todos idosos, tão poucos para uma igreja tão grande.
A cerimónia foi muito interessante, pese embora o facto de eu entender pouco do dialecto suiço-alemão. Em Portugal nunca assisti a um baptizado com tanto tempo dedicado à criança e à sua família.
Na casa da nossa família, uma mistura de nacionalidades e línguas: português, suiço-alemão, finlandês, italiano. Família internacional.
Na Suíça aprendi mais uma coisinha ou duas: que os beijos têm que ser aos três de cada vez; que o futebol, lá como cá, dá confusão: uma batalha campal no centro da cidade por causa de um jogo entre o Basel e o FC Luzern, que este último perdeu...
21.5.07
18.5.07
Num hospital lisboeta
A funcionária, de bata branca, está sentada à secretária, à frente de um computador. Tem folhas brancas e canetas diante de si. Um ar de simpática eficiência.
A paciente entra, olha para o seu sorriso e dirige-se-lhe, indagando da forma de realizar as análises que tem marcadas. Resposta pronta e eficiente:
"Como já tem as análises marcadas, basta sentar-se e aguardar que a chamem."
A paciente senta-se junto de outros pacientes e aguarda. Chamam para os mais variados lugares do hospital, mas não para os guichets de análises. Vários outros pacientes dirigem-se às filas e esperam. A paciente aguarda pacientemente uma meia hora, como lhe foi indicado.
Ninguém chama a paciente, que se torna impaciente e se dirige ao guichet e pergunta o que há-de fazer para realizar as análises.
"É colocar-se numa das filas", respondem-lhe.
Ah! Afinal ninguém a chamaria, se não se colocasse na fila para se inscrever!
Cerca de uma hora depois, a paciente sai do hospital, feitas as análises. A funcionária continua sorridente e com ar eficiente sentada à secretária. Nem uma vez tocou no computador, não escreveu nada nas folhas, não fez rigorosamente nada, a não ser desinformar.
A paciente fui eu hoje, num hospital público em Lisboa.
A paciente entra, olha para o seu sorriso e dirige-se-lhe, indagando da forma de realizar as análises que tem marcadas. Resposta pronta e eficiente:
"Como já tem as análises marcadas, basta sentar-se e aguardar que a chamem."
A paciente senta-se junto de outros pacientes e aguarda. Chamam para os mais variados lugares do hospital, mas não para os guichets de análises. Vários outros pacientes dirigem-se às filas e esperam. A paciente aguarda pacientemente uma meia hora, como lhe foi indicado.
Ninguém chama a paciente, que se torna impaciente e se dirige ao guichet e pergunta o que há-de fazer para realizar as análises.
"É colocar-se numa das filas", respondem-lhe.
Ah! Afinal ninguém a chamaria, se não se colocasse na fila para se inscrever!
Cerca de uma hora depois, a paciente sai do hospital, feitas as análises. A funcionária continua sorridente e com ar eficiente sentada à secretária. Nem uma vez tocou no computador, não escreveu nada nas folhas, não fez rigorosamente nada, a não ser desinformar.
A paciente fui eu hoje, num hospital público em Lisboa.
17.5.07
A casinha das fotocópias
Uma coisa interessante que tenho notado nas várias escolas por onde tenho passado é o interesse manifestado pelas funcionárias que trabalham com as fotocopiadoras em expôr nas paredes as mais variadas fotografias de animais. Na minha actual escola, a D. J. não foge à regra e as suas paredes estão repletas de fotos dos animais do pessoal da escola. Está lá a Migas e, a partir de hoje, estas fotografias da Sericaia:
16.5.07
15.5.07
Arte na minha escola
14.5.07
13.5.07
Dia das Mães
10.5.07
Carteiros
Ao contrário dos carteiros açorianos, os nossos são uma desgraça. Não só não nos conhecem de lado nenhum, já que o nosso correio vai passear não se sabe aonde e o dos nossos vizinhos acaba sempre na nossa caixa, também não sabem ler! A nossa caixa está devidamente identificada com número, letra, andar, etc, e nome da família! Será por isso que há cada semana um carteiro novo na área: quando descobrem que eles não sabem ler, despedem-nos...
Há alguns anos, dois ou três, esteve colocada na nossa zona uma belíssima carteira, que em breve conhecia toda a gente, sabia ler e tudo, e chegou a entender o parentesco que a nossa casa tinha com a da minha irmã, umas ruas mais à frente. Se a encontrava, por exemplo, perto da minha escola, dizia-me: "Tenho lá uma encomenda para si! Está em casa amanhã a partir de que hora?" Ou: "Não precisa de ir aos correios levantar a carta registada que não pude deixar em sua casa. Amanhã volto a trazê-la."
Era tão boa a nossa carteira! Terá sido promovida a Chefe dos Correios de Portugal?
9.5.07
Estado Inquilino
Foi notícia ontem: o Estado, que sabe legislar para os outros, coloca-se a si mesmo fora das leis que cria. Se já é mau ser devedor ao Estado, imaginem o que será ser credor!
8.5.07
A Rádio Nova Antena foi muito generosa com este humilde espaço, onde alinhavo umas ideias acerca do meu quotidiano. Obrigada!
6.5.07
Dia da Mãe
5.5.07
Documento que recebi no meu email
>
>
>
> Divulgação obrigatória nos termos do DL 01/501 do Sec. V(a/c) (Decreto de Péricles).
>
> Se concorda com o teor desta carta, divulgue-a. Faça a sua parte!!!
>
> CARTA ABERTA AO ENGENHEIRO
>
> JOSÉ SÓCRATES
>
> Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta NUM DIREITO QUE O SENHOR AINDA NÃO ELIMINOU: o de manifestar publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação.
>
> Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu comportamento.
>
> Desminta, se puder, o que passo a afirmar:
>
> 1.º Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da Zona Euro.
>
> 2.º Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en Europe 2003 , permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 12. E o que vemos? Que em média nessa Europa 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado , enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. Ou seja, a mais baixa dos 12 países , com excepção da Espanha.
>
> As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por cento. Se fosse directa a relação entre o peso da administração pública e o défice, como estaria o défice destes dois países?
>
> 3º. Um dos slogans mais usados é do peso das despesas da saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de 1458. Em Portugal esse gasto é . 758. Todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França 2730, a Austria 2139, a Irlanda 1688, a Finlândia 1539, a Dinamarca 1799, etc.
>
> Com o anterior não pretendo dizer que a administração pública é um poço de virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o dinheiro que consome. Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É um santuário de burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas infelizmente os mesmos paradigmas são transferíveis para o sector privado. Donde a questão não reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro das Finanças caíram, lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo público. A questão reside em corrigir o que está mal, seja público, seja privado. A questão reside em fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas piores . De entre muitas razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe aponte duas:
>
> 1.º Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos têm-se dito barbaridades . Como é sabido, a taxa social sobre os salários cifra-se em 34,75 por cento (11 por cento pagos pelo trabalhador, 23,75 por cento pagos pelo patr> ão ).
>
> OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGAM OS SEUS 11 POR CENTO! .
>
> Mas O SEU PATRÃO ESTADO NÃO ENTREGA MENSALMENTE À CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES, COMO LHE COMPETIA E EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES, os seus 23,75 por cento. E é assim que as "transferências" orçamentais assumem perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar os dinheiros públicos.
>
> Por outro lado, todos os funcionários públicos que entraram ao serviço em Setembro de 1993 já verão a sua reforma ser calculada segundo os critérios aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de quase metade dos activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais de uma década.
>
> Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido para artífice das iniquidades que subjazem á sua política o ministro Campos e Cunha, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos seus 7.000 Euros de salário, os 8.000 de uma reforma conseguida aos 49 anos de idade e com 6 anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão legal que a suporta ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio fazia parte.
>
> 2.º Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e ignorou a economia. Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia dos seus encantos , baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a Alemanha em 3,2.
>
> 3º Por outro lado, fala em austeridade de cátedra, e é apologista juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, da implosão de uma torre ( Prédio Coutinho ) onde vivem mais de 300 pessoas. Quanto vão custar essas indemnizações, mais a indemnização milionária que pede o arquitecto que a construiu, além do derrube em si?
>
> 4º Por que não defende V. Exa a mesma implosão de uma outra torre, na Covilhã ( ver ' Correio da Manhã ' de 17/10/2005 ) , em tempos defendida pela Câmara, e que agora já não vai abaixo? Será porque o autor do projecto é o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, por acaso pai do Senhor Engenheiro, Primeiro Ministro deste país?
>
> * Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social ?
> * Por que não pôs em prática um plano para fazer a execução das dívidas fiscais pendentes nos tribunais Tributários e que somam 20 mil milhões de Euros ?
> * Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais que em 2004 significaram 1.000 milhões de Euros ?
> * Por que não modificou o quadro legal que permite aos bancos, que duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento de impostos ?
> * Por que não renovou a famigerada Reserva Fiscal de Investimento que permitiu à PT não pagar impostos pelos prejuízos que teve no Brasil, o que, por junto, representará cerca de 6.500 milhões de Euros de receita perdida ?
>
> A Verdade e a Coragem foram atributos que Vossa Excelência invocou para se diferenciar dos seus opositores.
>
> QUANDO SUBIU OS IMPOSTOS, QUE PERANTE MILHÕES DE PORTUGUESES GARANTIU QUE NÃO SUBIRIA ,
>
> FICÁMOS TODOS ESCLARECIDOS SOBRE A SUA VERDADE.
>
> QUANDO ELEGEU OS DESEMPREGADOS , OS REFORMADOS E OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COMO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COMBATE AO DÉFICE,
>
> PERCEBEMOS DE QUE TEOR É A SUA CORAGEM.
>
> Santana Castilho (Professor Ensino Superior)
>
>
> Divulgação obrigatória nos termos do DL 01/501 do Sec. V(a/c) (Decreto de Péricles).
>
> Se concorda com o teor desta carta, divulgue-a. Faça a sua parte!!!
>
> CARTA ABERTA AO ENGENHEIRO
>
> JOSÉ SÓCRATES
>
> Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta NUM DIREITO QUE O SENHOR AINDA NÃO ELIMINOU: o de manifestar publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação.
>
> Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu comportamento.
>
> Desminta, se puder, o que passo a afirmar:
>
> 1.º Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da Zona Euro.
>
> 2.º Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en Europe 2003 , permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 12. E o que vemos? Que em média nessa Europa 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado , enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. Ou seja, a mais baixa dos 12 países , com excepção da Espanha.
>
> As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por cento. Se fosse directa a relação entre o peso da administração pública e o défice, como estaria o défice destes dois países?
>
> 3º. Um dos slogans mais usados é do peso das despesas da saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de 1458. Em Portugal esse gasto é . 758. Todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França 2730, a Austria 2139, a Irlanda 1688, a Finlândia 1539, a Dinamarca 1799, etc.
>
> Com o anterior não pretendo dizer que a administração pública é um poço de virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o dinheiro que consome. Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É um santuário de burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas infelizmente os mesmos paradigmas são transferíveis para o sector privado. Donde a questão não reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro das Finanças caíram, lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo público. A questão reside em corrigir o que está mal, seja público, seja privado. A questão reside em fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas piores . De entre muitas razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe aponte duas:
>
> 1.º Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos têm-se dito barbaridades . Como é sabido, a taxa social sobre os salários cifra-se em 34,75 por cento (11 por cento pagos pelo trabalhador, 23,75 por cento pagos pelo patr> ão ).
>
> OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGAM OS SEUS 11 POR CENTO! .
>
> Mas O SEU PATRÃO ESTADO NÃO ENTREGA MENSALMENTE À CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES, COMO LHE COMPETIA E EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES, os seus 23,75 por cento. E é assim que as "transferências" orçamentais assumem perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar os dinheiros públicos.
>
> Por outro lado, todos os funcionários públicos que entraram ao serviço em Setembro de 1993 já verão a sua reforma ser calculada segundo os critérios aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de quase metade dos activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais de uma década.
>
> Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido para artífice das iniquidades que subjazem á sua política o ministro Campos e Cunha, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos seus 7.000 Euros de salário, os 8.000 de uma reforma conseguida aos 49 anos de idade e com 6 anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão legal que a suporta ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio fazia parte.
>
> 2.º Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e ignorou a economia. Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia dos seus encantos , baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a Alemanha em 3,2.
>
> 3º Por outro lado, fala em austeridade de cátedra, e é apologista juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, da implosão de uma torre ( Prédio Coutinho ) onde vivem mais de 300 pessoas. Quanto vão custar essas indemnizações, mais a indemnização milionária que pede o arquitecto que a construiu, além do derrube em si?
>
> 4º Por que não defende V. Exa a mesma implosão de uma outra torre, na Covilhã ( ver ' Correio da Manhã ' de 17/10/2005 ) , em tempos defendida pela Câmara, e que agora já não vai abaixo? Será porque o autor do projecto é o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, por acaso pai do Senhor Engenheiro, Primeiro Ministro deste país?
>
> * Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social ?
> * Por que não pôs em prática um plano para fazer a execução das dívidas fiscais pendentes nos tribunais Tributários e que somam 20 mil milhões de Euros ?
> * Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais que em 2004 significaram 1.000 milhões de Euros ?
> * Por que não modificou o quadro legal que permite aos bancos, que duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento de impostos ?
> * Por que não renovou a famigerada Reserva Fiscal de Investimento que permitiu à PT não pagar impostos pelos prejuízos que teve no Brasil, o que, por junto, representará cerca de 6.500 milhões de Euros de receita perdida ?
>
> A Verdade e a Coragem foram atributos que Vossa Excelência invocou para se diferenciar dos seus opositores.
>
> QUANDO SUBIU OS IMPOSTOS, QUE PERANTE MILHÕES DE PORTUGUESES GARANTIU QUE NÃO SUBIRIA ,
>
> FICÁMOS TODOS ESCLARECIDOS SOBRE A SUA VERDADE.
>
> QUANDO ELEGEU OS DESEMPREGADOS , OS REFORMADOS E OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COMO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COMBATE AO DÉFICE,
>
> PERCEBEMOS DE QUE TEOR É A SUA CORAGEM.
>
> Santana Castilho (Professor Ensino Superior)
4.5.07
Rádio
Se virem os comentários de ontem, vão descobrir que o meu blog vai ser comentado na rádio Nova Antena, na próxima 3ª feira, pelas 8:30 e 16:30. Fico entre o vaidoso e o apreensivo: será que continuarei imperturbável caso digam bem ou mal do meu blog?
3.5.07
2.5.07
Fé em tempo de mudança
"Faith is the art of holding on to things your reason has once accepted in spite of your changing moods."
C. S. Lewis
C. S. Lewis
1.5.07
Conversas
Converso com a minha neta Maria, quase a fazer anos.
Eu: "Maria, quantos anos fazes?"
Ela: "Terês."
Eu: "E que queres para os teus anos?"
Ela: "Uma bicicaleta!"
Já tem uma, que acabou de lhe ser oferecida.
Eu: "E que mais queres para os teus anos?"
Ela: "Um burro!"
Um burro?! Na evidente impossibilidade de manter um burro já não digo a pão-de-ló, mas na varanda exígua da casa dela, pensei noutras modalidades. Um livro! Na livraria, muitas vacas, muitas ovelhas, muitos cavalos, mas nada de burros. Passo por uma lojinha de prendas e pergunto à empregada: "Tem um burro?" E ei-lo sobre o balcão, mesmo à minha frente:
Um burro de peluche, que, pressionado na pata dianteira esquerda, zurra a bom zurrar. Espero bem cumprir o desejo da minha neta, no seu muito próximo aniversário.
Ah! Não lhe digam nada acerca deste burro! É surpresa!
Eu: "Maria, quantos anos fazes?"
Ela: "Terês."
Eu: "E que queres para os teus anos?"
Ela: "Uma bicicaleta!"
Já tem uma, que acabou de lhe ser oferecida.
Eu: "E que mais queres para os teus anos?"
Ela: "Um burro!"
Um burro?! Na evidente impossibilidade de manter um burro já não digo a pão-de-ló, mas na varanda exígua da casa dela, pensei noutras modalidades. Um livro! Na livraria, muitas vacas, muitas ovelhas, muitos cavalos, mas nada de burros. Passo por uma lojinha de prendas e pergunto à empregada: "Tem um burro?" E ei-lo sobre o balcão, mesmo à minha frente:
Um burro de peluche, que, pressionado na pata dianteira esquerda, zurra a bom zurrar. Espero bem cumprir o desejo da minha neta, no seu muito próximo aniversário.
Ah! Não lhe digam nada acerca deste burro! É surpresa!
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