Conheci-a tinha eu uns 5 anos. Até então tínhamos vivido numa terra diferente, o que há 50 anos queria dizer ausência de contactos.
Quando ela entrou em nossa casa e na nossa vida, estranhei a sua existência, pois para mim, o meu pai era o Paizinho e não era suposto ter mãe!
Explicada a coisa e vencido o embaraço das primeiras horas, surpreendeu o meu espírito infantil que o nosso gato arisco a tivesse aceite tão incondicionalmente.
Tornou-se rapidamente a nossa Avozinha.
Conversávamos muito. Ia passear com ela a Ranhados (arredores de Viseu), sua terra e do meu pai. Ensinou-me a tricotar um longo cachecol para bonecas, num branco sujo das minhas mãos cheias de outras brincadeiras menos femininas, como por exemplo, jogar à bola com os meus irmãos.
Dizia-me frequentemente: "Quando eu for para o céu, olha para cima, que eu vou estar lá a dizer-te adeus!"
E um dia, muito breve, ela partiu.
Tenho-me esquecido de olhar para o céu.
Mas é em homenagem a ela que me chamo Avozinha.
5 comentários:
foi mesmo antigamente...só conhecer uma avó aos 5 anos! os avós são indispensaveis!
Linda homenagem! :)))
Muitas vezes esquecemo-nos de gestos simples e tão cheios de significado como este de olhar o ceu...
Beijinhos, muitos, muitos
Bonita homenagem
Eu só conheço uma avó a outra faleceu antes de eu nascer
Mas nunca me esqueço
beijocas
Patricia e Melguinhas
: )
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