Uma colega da escola - 68 anos de idade e 36 de serviço - recebeu ontem a comunicação de que seria hoje o seu último dia de trabalho. E assim lá foi despedir-se de nós. Há muito que ansiava por este dia, que o que vai para além dos 60 não se coaduna lá muito bem com adolescentes que são cada vez mais crianças e a paciência que vai sendo cada vez mais escassa.
Vai ficar vago agora o seu lugar até que os processos burocráticos a substituam.
Estranho este cessar repentino de funções, a meio do trabalho programado, testes para dar ou corrigir, avaliações a caminho. Quem vier, virá tomar um trabalho interrompido, sem saber muito bem por onde lhe pegar.
Teria que ser assim? A professora não poderia ter sido avisada com um mês ou dois de antecedência, encontrado o substituto e a transição planeada em conjunto? Os alunos não merecem mais respeito? Já nem falo nos professores! O ideal seria que as últimas aulas da professora fossem já acompanhadas pelo novo professor e que as turmas paulatinamente passassem de uma realidade para outra. Seria melhor para todos.
Mas quem quer saber disso?
9 comentários:
Indigna-me mas não me espanta. Desde quando é que as profissões mais importantes para uma sociedade (seja ela qual for), como professores, polícias, bombeiros, etc, são valorizadas? É aqui que os salários são mais elevados? Não. É aqui que os interesses mais são defendidos? Não. Ainda à um, dois ou três dias, não sei bem, foi uma professora de 20 e poucos anos parar ao hospital num estado não muito aconselhável após ter sido agredida pela mãe de uma aluna, alegando que a professora tinha batido na rapariga... Motivos à parte, primeiro haveria averiguações por parte da direcção da escola e então, a serem verdadeiras as acusações, seria a jovem professora penalizada por essa mesma direcção, ou pelo ministério, sei lá. Mas nunca esta falta de respeito para um professor. P-R-O-F-E-S-S-O-R!
Pois. Mais uma decisão que evidencia que quem toma as decisões administrativas não sabe o que é ser professor nem ter alunos à sua responsabilidade. Que se dê um prazo curto a enfermeiros, funcionários administrativos, empregados de balcão, etc. até entendo. Mas com professores...
Pelos vistos ninguém quer saber, nem mesmos os professores. O que fazer? Greves? Ser baldas? Meter atestados?
Quanto a mim passava mesmo pela devolução aos docentes da devida autoridade, se calhar o respeitinho era outro!
Mas, o que é isso de autoridade?
acho uma tremenda falta de respeito.
com os alunos e também com a professora(que sai e quem vai entrar...)
beijos,
alê
Que falta de humanidade.
Mas isso é quando Portugal for grande, por enquanto é assim! Os miudos sem aulas e os professores desempregados!
Sei de um caso semelhante. A professora avisou logo no início deste ano lectivo, que a qualquer momento iria saír para a reforma. A "sorte" dos pais e alunos é que aconteceu pouco tempo depois de ter iniciado o ano, pois, pelos vistos a professora como sabia que não ía estar muito tempo, pouco se empenhou, transformando a sala de aulas numa autêntica sala de diversão e de balda, sem marcação de TPC's, etc. etc.
Depois de muito refletir e ver os prós e contras no ensino oficial/ensino particular, optei por este último, precisamente por achar incrível a quantidade de faltas que muitos professores dão, o processo burocrático de susbstituição de um professor (e quando há tantos no desemprego...)
Tenho amigas de curso que estão a adar aulas e a preocupação delas é assim que olham para o calendário ver os dias que podem meter ao abrigo dos artigos x e y... isto choca-me.
Não há respeito pelos alunos nem por muitos professores que muitas vezes solicitam a saída atempadamente e não ligam....
Catarina
Infelizmente, a cada dia que passo, vejo menos respeito pela classe docente neste nosso país.
O mais engraçado, é que a opinião pública (que não conheça bem o que se está a passar) ainda acha que os professores ganham bem, têm muitas férias e não fazem nenhum...
O caso que descreve além de não ter em consideração a professora, também ignora totalmente os alunos, o trabalho que foi feito até agora e o que falta fazer...
Enviar um comentário